A MINHA ALMA DE AÇOR
A minha alma de açor
Ao céu sobre os oceanos,
Com garras de predador
E sentimentos humanos,
Vaga no espaço enorme
Como um marujo ao leme
Que sonolento não dorme,
Porque a sua alma teme
Perder o rumo conforme.
E sobre diversos mares,
Tem procurado seu bem.
Ouve diversos cantares,
Mas nunca ouviu do além
O que o atraísse dos ares.
Meu coração sedutor
Se fez alado e no ar
Buscava a alma do açor
Com voz terna a entoar
A ele um fado de amor.
Quando o açor, na amplidão,
Escutou o som do fado
Deixou de ser gavião,
Fez-se um pombinho predado,
Cantando a mesma canção.
Hoje, minha alma é fadista,
Meu coração é também,
De qualquer ponto de vista.
Por fado minha alma tem
Garras de amor à conquista.
Antes de mais, quero agradecer a sua visita ao Comecar de Novo. Espero que tenha gostado e que volte mais vezes. Já " o conhecia " pelos comentários que deixa no blog do amigo Pedro Luso, pois sempre leio a opinião das pessoas que seguem os cantinhos que visito. Nao sei se percebeu, mas eu sou portuguesa com uma forte ligação ao Brasil onde vivi durante muitos anos; os meus filhos são brasileiros e os meus pais e irmão ainda vivem no Brasil, mais precisamente em Guaratinguetá, S. Paulo; continuo, portanto com ligações a esse Pais maravilhoso. Lindo o poema que faz aos Açores onde, creio, estão as suas raizes; já conheço a Madeira e agora gostaria muito de ir aos Açores, pois as suas ilhas são lindas, segundo dizem e também pelo que vejo nos meios de comunicação. Será tv a minha próxima viagem.
ResponderExcluirAmigo, mais uma vez muito obrigada e desejo-lhe tudo de bom, principalmente no que se refere à saúde. Um beijinho
Emilia
Minha gratidão por palavras tão lindas, cheias de afeto, saudades, recordação e amor. Amor pela terra, poesia, pessoas e momentos. Sim Emília, tenho raízes nos Açores por ascendência materna. E meu avô exatamente, ele, seu sangue do além-mar foi que dosou certa veia do versejador que me proponho representar. Ele foi um grande declamador de décimas do cancioneiro popular e compôs algumas também. Minha ascendência paterna é da cidade do Porto. Veja, pois, que muito temos em comum e vejo que nós precisamos "trocar figurinhas". Tenho um livro "Canoas Ventos e Mares" que é todo em poemas narrativos em décimas, de causos do pescador artesanal de minha terra natal, uma armação baleeira, Armação do Itapocoróy, Santa Catarina. Tenho paixão por Portugal. Grande abraço fraterno. Laerte.
ResponderExcluirLaerte, que açor fantástico, musical e poético idealizou!
ResponderExcluirComo ficaram bem documentados os seus genes açorianos,
num estilo elevado e expressão marítima e sentimental!
Nunca tinha imaginado a «açorianidade» vivida no Brasil!
Sobre este assunto procure no meu blogue «Vitorino Nemésio»,
um digno representante da nossa língua, natural da Terceira.
Fiquei sensibilizada com o poema, amigo.
As coisas interessantes que se vão aprendendo diariamente!
~~~ Beijo ~~~
Oi Majo, gostei imensamente dos poemas de Vitorino Nemésio. Pedir-te-ei permissão para copiar e colar de teu bog o conteúdo referente a ele para postar em meu blog onde açorianos daqui visitam. Creio que muitos dos daqui não o conhecem feito eu. Poderei copiar? Majo, prometi a ti um livro de décimas comemorativo de poemas narrativos com histórias e causos dos pescadores artesanais daqui. Agora vejo que com ele pouco vais somar por saberes tudo do cotidiano desse povo maravilhoso. Tenho outro, também em décimas do Cancioneiro ao gosto popular, encomendado por Universidade daqui, que segundo o Conselho Universitário, trata-se de Antropologia e História, que fala da minha Ilha Primeira de Santa Catarina e a tua Ilha Décima dos Açores - Florianópolis - a sua História desde a fundação e outros poemas, com sonetos homenageando esta Ilha de Idílios (nome da obra).
ExcluirAgradeço a visita, elogios e ensinamento. Minha gratidão, Majo. Abraço Fraterno. Laerte.
Laerte, podes fazer todas as citações que entenderes do meu blogue e, já agora, também podias divulgar a postagem sobre os Dutras que bem sabem que pertencemos todos à mesma família.
ExcluirVou adorar receber esse livro de décimas que me prometeste.
O outro trabalho deve ser belíssimo...
Gostaria de divulgá-los no meu blogue e outras redes.
Dias serenos e magníficos, Laerte.
~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~
Majo não achei seu endereço postal. Desculpe não ter visto esta postagem antes. Se quiseres, poderá também mandar os dados pelo e-mail laerte.silvio.tavares@gmail.com . Abraços. Laerte.
ExcluirObrigada Laerte pela visita e a poesia maravilhosa deixada em meu blog.
ResponderExcluirBjs-Carmen Lúcia.
Oi Carmem Lúcia, eu é que devo te agradecer pelas Pérolas Poéticas que encontrei, em concha aberta, num mergulho rápido àquele oceano de sonhos poéticos, maravilhoso. Parabéns à manutenção do espetacular espaço, Carmem Lúcia. Votarei sempre lá, seja para ver e sentir, subliminarmente, o viço, cores e perfume das flores ou sensorialmente deleitar-me com a beleza dos versos. Minha gratidão. Laerte (Silo).
ResponderExcluirHoje estou infinitamente feliz
ResponderExcluirpor estar aqui na sua casinha virtual,
que Deus me presentou um dia.
Não tem como esquecer a pessoa linda,
que você é nem a amizade que nos uniu.
Deus abençoe seu final de semana.
Muita saúde e muita paz no seu viver.
Te abraço forte com todo meu carinho.
Bjs..Evanir..
PS..Na postagem estou homenageando
uma querida amiga que esta de volta.
Amigo seu poema é apaixonante.
Oi Evanir, juro que respondi seu comentário em tempo e ordem justa, mas não sei porque não foi editado. Gostei imensamente de suas palavras. Muito obrigado e visitarei sempre seu blog. Minhas desculpas e gratidão. Abraço cordial. Laerte.
Excluiras raízes aí estão, num poema melodioso homenageando o Açor essa ave que deu nome aos Açores
ResponderExcluirmuito bem...
obrigada pela visita
bom final de semana.
beijinhos
:)
Oi Piedade, é sempre uma prazer estar no seu blog bem com ver você em visita ao meu, pelo que agradeço. Que bom que gostou da letra do fado. Alguém até já pediu para musicá-la e é claro que poderão usar à vontade como quizerem. Piedade, uma curiosidade: quando descobriram os Açores, viram uma imensidade de bandos de aves qu julgaram ser açores, por isso o nome. Porém depois foram ver que haviam se enganado pois as aves era de outra espécie. Eram milhafres. Grande abraço. Laerte.
ExcluirOi, Laerte, que lindo esse teu poema que exala a tua alma fadista, e portuguesa! Não sabia desse teu amor. Penso que o Brasil inteiro ama Portugal, é o nosso passado. A nossa 'árvore' começa por lá. Também adoro Portugal.
ResponderExcluirLaerte, teus comentários são sempre ótimos, e nos fazem rir muito do teu jeito, da tua descontração. Sei disso, o Pedro sempre diz, esse é o Laerte! rss, muito bom. E agradeço por te encaixares no texto e deixar no meu canto a tua sensibilidade hilária.
"Quando o açor, na amplidão,
Escutou o som do fado,
Deixou de ser gavião.
Fez-me um pombinho predado,
Cantando a mesma canção."
Maravilha! Uma alma poeta.Toda moldada.
Grande abraço pra vocês, linda família.
Querida Tais, tu e teu digníssimo esposo são muito amáveis comigo, minha mulher e filho. Exaro aqui minha gratidão a vocês por tudo que me fizeram. Que bom Tais que gostaste da letra do fado. Até já me pediram para musicá-la e eu permito, claro. Meus textos aqui são públicos. Quem sabe se logo mais não teremos um fado na voz de um lírico fadista a entoar esse canto? O romance onde consta esse fado "As Armas, e Alma do Poeta", conta de um marinheiro que vai da saga marítima e vida mundana, a chegar a escritor, poeta e compositor musical onde em Portugal é consagrado com seus fados. Há mais fados no livro. Qualquer coisa posto mais alguns depois. Há lindos poemas também - o marinheiro é o bom. Grande abraço Laerte.
ExcluirUma linda alma poética
ResponderExcluirdedilha em versos
o amor pelo fado
amealhado da nação co-irmã
e canta com maestria o Açor
numa solene canção
Muito obrigada pela visita e pelo complemento em versos espetaculares enfeitando com glamour a minha diminuta poesia
Grande abraço para você e um feliz domingo
Obrigado Gracita! Gostei imensamente do seu blog. Parabéns. Irei visitá-lo sempre. Abraço cordial. Laerte.
ExcluirObrigada pelas palavras deixadas no meu Ortografia. Passarei aqui outras vezes.
ResponderExcluirUm abraço.
Da mesma forma, agradeço e digo que gostei muitíssimo de seu blog e lá irei outras vezes. Abraço fraterno. Laerte.
ExcluirO que o fado faz...
ResponderExcluirMagnífico poema, gostei imenso das suas rimas.
Caro Laert, tem uma boa semana.
Abraço.
Oi Jaime, grande honra ter a presença do nobre poeta em meu espaço. Grato! O romance que consta esse fado, "As Armas, e Alma do Poeta", versa sobre um engenheiro errante que torna-se marujo de vida mundana e após grandes surras e lições de vida, regenera-se e em Portugal, torna-se grande compositor de letras de fado e alguns poemas onde casa com escritora e passa a viver na Terrinha, mais precisamente, em Lisboa. Minha gratidão e abraço fraterno. Laerte.
ExcluirMuito obrigado meu amigo pelas generosas palavras que deixou no meu blogue e gostei bastante deste magnifico fado com um cheirinho a nostalgia, um belo poema meu amigo.
ResponderExcluirUm abraço e boa semana.
Andarilhar
Amigo Francisco, és um mestre! Vê-se a maestria em seu espaço literário. Sou um discípulo iniciante nessa arte que me acompanha desde pequenininho, porém eu antes a olhava com desprezo por ter enveredado pelas vias das matérias exatas - sou engenheiro. Agora aposentado é que mais objetivamente tenho me dedicado ao mister. Sou um apaixonado por literatos portugueses, principalmente poetas como Bocage e Fernando, além da grande fadista Amália. Grande abraço. Laerte.
ExcluirOlá, amigo Laerte - SILO LÍRICO !
ResponderExcluirÉ sempre assim, quando a alma resolve
escrever, só escreve versos de amor.
E, desta vez, premiados foram os Açores,
tão belos, voando com graça.
Parabéns !
Uma ótima semana, e um fraternal abraço.
Sinval.
Obrigado Sinval. De vez em quando irei no teu blog buscar inspiração ante tão belos versos. Obrigado por aqui vires também. Grande abraço. Laerte.
ExcluirUm excelente poema de quem tem alma de açor...
ResponderExcluirUma boa semana.
Beijos.
Oi Graça já estive lá no seu blog e tive dificuldade para postar comentário após o do Sinval. Amanhã, lá retornarei. Grato por tua manifestação em meu espaço. Fico feliz sempre em contatar com Portugal que tanto amo. Abraço Cordial. Laerte.
ResponderExcluirLaerte, estive a ler um resumo do seu romance "AS ARMAS, E ALMA DO POETA" e fiquei curiosa quanto ao destino do poeta e campeão de tiro ao alvo do Exército Brasileiro. Será que aqui em Portugal ele foi editado ?
ResponderExcluirEste seu fado revela um imenso amor às suas origens açorianas e neste momento estou a imaginá-lo cantado.
Um beijinho encantado.
Oi Fê, que bom ter Portugal comigo representado em si, que teve a pachorra de ler sinopse e amostra de meu romance, que (desculpe, obrigo-me a sair das regras de boas maneiras e ser arrogante para dizer o que acho do romance) considero de alto teor dramático, de enredo simples e de lirismo marcante. Eu o acho lindo. Fui grande leitor de Dostoievski na adolescência e juventude e fiz uma releitura do Crime e Castigo. Quem tem editado livros físicos meus, ultimamente é uma universidade daqui. O penúltimo, um livro de poemas narrativos foi considerado Antropologia, o último, com poemas, considerado História, e o Armas, e Alma do Poeta, mesclado de letras de músicas, o Conselho Universitário entendeu não ter cunho educativo e sem respaldo para ser editado por uma Universidade, o que me obrigou a editar apenas eletronicamente para ebooks na plataforma Amazon. Digo a si que pelo enredo o fim dele dá-se em Lisboa, onde o marujo engenheiro, é consagrado como compositor de fados. O conteúdo baixado em PC desconfigura um pouquinho, mas dá bem. Minha gratidão. Abraço cordial. Laerte.
ExcluirEste é o poeta Laerte Tavares, que conheço há tanto tempo. O teu poema “A MINHA ALMA DE AÇOR”, que compõe um dos teus livros, dá uma mostra muito clara da tua intimidade com a poesia. Poesia que canta virtudes, amores, alegria e tristeza, em especial do litoral de Santa Catarina. O poeta canta tudo isso que sente o brasileiro litorâneo, sem esquecer as origens desse povo, que veio das ilhas da Madeira e dos Açores, principalmente, e também do continente de Portugal, para enriquecer-nos.
ResponderExcluirParabéns, Laerte, pelo excelente poema.
Grande abraço.
Pedro.
Amigo Pedro, minha gratidão! Sendo hoje um dia de peditório instituído em Lisboa após o terremoto ocorrido neste dia - o famoso Pão-por-Deus, vou encaminhar ao amigo, o peditório em forma de coração que havia na tradição desta Ilha:
ExcluirLá vai o meu coração
Virginal, por pouco uso
Vai pedir um pão-por-Deus
Ao amigo Pedro Luso:
o Site do Sant'Ana.
Abraço. Laerte.
Que beleza de inspiração nesta linda construção que me faz ouvir um fado, que tanto faz viajar. Grata postagem amigo para o deleite dos amantes de uma bela poesia.Coincidente hoje postei ao som de um fado com os olhos voltados para o Outono de além-mar.
ResponderExcluirBravo Laerte grato conhecimento deste ano via mestre Pedro Luso.
Uma semana de paz amigo.
Meu terno abraço
Grande Toninho!... Grato pela atenção. Fado é um encanto...
Excluir"Ah que saudades
Que eu tenho do velho fado,
E do bacalhau assado,
Ah que saudades...
Ah que saudades
Que eu tenho da minha mãe
De seus carinhos "tambaim"
Ah que saudades...."
Grande abraço amigo! Tudo de bom. Laerte.
E o Açor inspirado criou este belo poema, com ênfase para a estrofe abaixo:
ResponderExcluirQuando o açor, na amplidão,
Escutou o som do fado,
Deixou de ser gavião.
Fez-me um pombinho predado,
Cantando a mesma canção.
Abraços,
Furtado
Grande poeta, é uma honra tê-lo em meu humilde espaço. Muito obrigado. Que bom que gostou dos meus versinhos. Precisamos trocar figurinhas. Sei que eu sou um versejador e você tem alma de poeta, mas temos os mesmos gostos por poetas. Para mim os papas são Fernando Pessoa e Augusto do Anjos, depois veem Bocage, Castro Alves, Olavo Bilac e tantos outros... Grande abraço. Laerte.
ExcluirOra viva, caro Laerte Tavares.
ResponderExcluirChegou cá navegando num mar infinito, este da web, onde há caravelas que eu nem sei. Acostou ao meu cais e logo vi que é gente de paz. Obrigado pelas palavras que deixou gravadas no meu Mundo.
Li agora a harmonia do seu poema e gostei da arquitectura do mesmo. Bem carpinteirado, parecendo simples, revela uma alma que só pode ser a dum poeta. Tem a segurança das traves firmes rimadas a preceito, que só podem ter origem numa sensibilidade profunda.
Hei-de voltar para ir ver por aqui abaixo.
Parabéns.
Amigo Agostinho, você é o poeta! Eu sou um versejador. Um engenheiro construtor de versos. Só sei fazer cálculos de sílabas para dar ritmo e contar versos para darem estrofes. Você tem alma para dar alma às frases - "chegou cá navegando num mar infinito... onde há caravelas que eu nem sei... Acostou no meu cais, gente de paz... " E eu posso dizer que suas palavras foram supostas naus que atracaram ao bom abrigo desta Ilha de Idílios onde mora um louco sonhador que idolatra a poesia e constrói poemas aleijados. Mas pelo menos constrói para saciar a voluptuosidade de sua alma e os distribui com o propósito de dar mais ternura ao mundo tão embrutecido pela violência. E sem falsa modesta, creio que pessoas com você, eu e tantas outras deixam este mundo menos agressivo. Que Deus seja louvado! E, avante companheiro! Minha gratidão e meu fraterno abraço. Laerte (Silo)
ResponderExcluir