A minha terra faz anos - torrão
ao qual me ufano, sendo seu filho. Cedo, deixei
seu calor e fui ao mundo buscar luz à minha formação, perdendo-me no caminho de
volta. Não retornei ao destino para morar, por contingências da vida, porém, nunca
virei as costas a esse lugar, onde possuo um ranchinho às horas de lazer, em
terreno que há mais de duzentos anos pertence a nossa família.
Para
homenagear Penha, município que abriga minha pequenina pátria, Armação de
Itapocoróy, praia de uma colônia de pescadores artesanais e, ora balneária, procurei fazer alguns versos a
ela. Dei de mim o melhor, crente de minha pequenez para enaltecer cidade tão maravilhosa,
mas seguro estou que vale muito a intenção do meu coração tão grato, a
compensar talento para compor os modestos versinhos.
CANÇÃO À PENHA
Autor: Laerte Tavares
Que Deus abençoe a
Penha
E que o Espírito
Santo
Ilumine cada canto
Desta terra! Que ela
tenha
Na trajetória, em resenha,
Historicidade à glória
De sua própria
memória
Já tão tradicional,
Desde o tempo
Imperial,
Que consta da sua história.
Penha te saúdo então
Pelo teu aniversário!
Consultando o calendário,
Já sessenta anos são
Idos, da emancipação
Política de Itajaí,
Porém tua história em
si,
É lógico que vai além
Porque séculos já tem
E testemunha o Iriri.
Rio Iriri, que a
vagar,
Segue à enseada, um
espaço
Que se parece a um
abraço,
Pois as pontas ao
alçar
A enormidade do mar
Forma o tal abraço
amigo,
Delimitando um abrigo,
Porto que o argonauta
veio,
Arribou e nesse meio
Fez morada, em tempo
antigo.
Da Praia Alegre à
Vigia,
Qual braço direito humano,
Tu cinges o oceano,
E dele fazes um guia
Que as tempestades
desvia
A escoar no costão,
Dando total proteção
Aos nautas, lobos do
mar
Com a tradição de
pescar
Desde a antiga
Armação.
Se o teu desenho é um
abraço,
Oh, Penha, tua alma
pura
Forma a mais bela
figura
Em teu divinal espaço
Como se fosses pedaço
Desse céu que te ilumina.
A tua imagem é divina!
Tens praias,
vegetação,
Prados, montes e o costão
Encimado por colina.
Teus filhos são
descendentes
De intrépidos
marinheiros
Que eram heróis
verdadeiros,
Os baleeiros valentes.
São destemidos, tu sentes!
Homens forjados no
mar
Que vieram a herdar
Essa veia de bravura,
Cujo mar por
sepultura
Para eles é um altar.
És uma mãe generosa
De imenso coração.
Penha, teus filhos te são
Gratos. Tua alma
goza
Da proteção poderosa
Do fogo e luz do
Divino.
Oh, Penha, tens por
destino
Ser luz, esplendor e
brilho!
Mas aceite deste
filho,
Por favor, meu simples
hino!