Lembro-me de um ditado antigo que dizia: “Festas findadas, músicos a pé!” Nós, de volta à cidade sede e ao lar, depois das férias findadas. Casa de praia fechada e o reinício das jornadas do dia a dia dos dias dados por dias de “trampo”. Na bagagem o reconforto e um pouco de nostalgia com resquícios de tristeza vendo que tudo tem fim.
De seis irmãos, somos em dois, agora. Antônio, oitentão, depois da morte da esposa, sentido pela perda e arraigado à casa da Praia Alegre, onde eles escolheram, na juventude, para veranear e, na velhice, descansar. Mais que a casa, ora, apegado a uma determinada cadeira em que a esposa descansava sempre, compôs a partir dela, a letra de uma canção popular para homenagear a memória da querida amada, procurando reanimar a alegria da Praia Alegre transformada em triste praia ao seu sentimento.
Para fixar à memória, Antônio afixou um quadrinho, com fotografia da esposa e letra da música sobreposta à imagem, na parede da sala, acima da cadeira posta em que ela repousava e cantava, depois de dedilhar seu teclado eletrônico. Atualmente, em derredor a cadeira, ele canta a reviver momentos, tentando fazer mais feliz a sua viuvez. Fotografei um desses flagrantes e, sensibilizado, compus um poeminha para a minha saudosa cunhada, como se feito por ele.