Em dezenove de outubro de 1913, nascia na Gávea, Rio de Janeiro, o nosso "Poetinha", como se autodenominava. Durante os anos sessenta de mil e novecentos, eu frequentava a cidade maravilhosa e meu círculo de amizade contava com o grande poeta Marcos Konder Reis, do Departamento de Cultura do Itamaraty (que ainda não havia se mudado para Brasília), xará, amigo e colega de trabalho de Vinícius. A fim de me fazer um agrado e matar minha curiosidade, os dois marcaram encontro em um barzinho da Barra da Tijuca, onde nós três e outros amigos iríamos degustar camarões ao bafo. Vieram as caipirinhas, os crustáceos, menos Vinícius, cujo amigo seu, retardatário, nos informou ter ele tomado um foguete à hora do almoço e adernado à tarde. Frustrado, enchi a cara também. Porém, eu o conheci de perto nas pessoas de seus amigos. Diziam ser ele um amigo de fidelidade canina - grande praça.
Amália Rodrigues e Vinícius eram amicíssimos. Tiveram encontros e gravaram juntos alguns álbuns.
Na postagem se tem um pouco da confirmação:
Marcos Vinícius de Moraes,
"Poetinha" - o imortal!
No Brasil e em Portugal
És o grande entre os iguais.
Para Amália e outros mais
Eras o mais genial
Compositor musical
De letras, entre os mortais.
Poeta e compositor,
Neste dia, em teu louvor,
Ergo a ti a cheia taça.
Quero sorver o licor
E a esta taça depor
Sozinho, que a vida passa...
SILO LÍRICO, boa noite !
ResponderExcluirParabéns pelo " depoimento poético",
repleto de saudade.
Um fraterno abraço.
Sinval.
Obrigado, Sinval. Tudo de bom. Laerte.
ExcluirLaerte, eu também teria ficado frustado com o encontro com Vinícius, que não se deu. E também tomaria todas, até sair do ar. Afinal, não se encontra um poeta como ele em qualquer esquina. Pelo menos estavas em companhia de outro grande poeta, teu amigo já falecido, Marcos Konder Reis, além dos outros. Depois vou ler, no teu blog, a postagem “Amália e Vinícius”.
ResponderExcluirGrande abraço, meu amigo.
Realmente, Pedro é de se ficar chateado, porém na juventude tudo é relativizado pela dose de endorfina em tudo para anestesiar ou potencializar o ânimo da gente. Grande abraço. Laerte.
ExcluirLaerte, gostei da tua história com Vinícius, do encontro que não aconteceu! Acho que até hoje eu estaria frustrada. Vinícius é inconfundível na sua poesia, na construção, nas palavras, até na intenção. Adorei teu soneto, tua homenagem carinhosa a ele. Pedro leu e depois de comentar o texto, esqueceu de falar no teu bonito soneto, pediu água pra mim, pra te dizer que ele também gostou muito. Pegou carona... rsss
ResponderExcluirAbraços sulinos, amigo!
Realmente, Tais foi um privilégio meu na juventude ser vizinho, em casas de veraneio, do grade artista Marcos Konder Reis, que era chefe do Departamento de Cultura do Itamaraty, concursado, e quando o Itamaraty teve que definitivamente sair do Rio para acompanhar o Ministério de Exterior em Brasília, Marcos disse que não era lagartixa para subir às paredes, de raiva, e pediu demissão, indo lecionar na Faculdade de Engenharia, que ele tinha também a formação de engenheiro civil. Grande abraço. Laerte.
ResponderExcluirFalar em Vinicius faz lembrar, entre outros, Carlos Lyra e Baden Powell, parceria inesquecíveis com ele. Principalmente "Minha Namorada" de Lyra...
ResponderExcluirBjs!
Querida minha namorada, "minha namorada" é linda e minha namorada também. Realmente, são "dois papas" a somar com tantos outros como Toquinho, Tom e Amália Rodrigues - minha paixão que não passa. Grande beijo. Laerte.
ExcluirUm tempo desses assisti um documentário dele muito interessante. Dizia, entre outras coisas, que ele foi o inventor de festas, roda de vilões que eu tanto aprecio, em casa, de abrir as portas de sua residência pros amigos nessas ocasiões. Dizia também, que Vinicius era totalmente despojado, desapegado de coisas materiais, que chegava a atrasar contas de agua e energia elétrica, imagine , por falta de dinheiro. Que mesmo não podendo mais beber, nunca deixou de reunir os amigos em sua residência e não faltar bebida. É dele a famosa frase: "O whisky é um cão engarrafado". Dele também um clássico, o conhecidíssimo, um dos poemas mais bonitos de todos os tempos, o soneto de fidelidade, que eu sei até de cor. Ótima leitura, Silo. Seguindo-o, também...
ResponderExcluirGrande Fábio, obrigado por tão robusto comentário. Sou um fã de Vinícius. Vejo que tu também és de decorar poemas e isso é muito bom. Há duas semanas estive no Rio ao casamento de filha de amigo meu. E escolhi o Hotel Everest próximo ao bar que o poeta frequentava à Rua Prudente de Moraes esquina com, agora, Rua Vinicius de Moraes, em Ipanema. Mulher, meu filho e eu, deixamos a bagagem no hotel e fomos imediatamente ao barzinho fazer a libação em homenagem ao "papa".
ExcluirEntre citações atribuídas a Vinícios, mas não afirmo, é engraçadíssima: Ele já tinha em seu calendário, agendadas datas para desintoxicar o fígado. E dizem que estava numa clínica em tratamento com um tubo de soro num braço e transfusão no outro, quando chegou um amigo, ao que ele ofereceu um e o outro braço dizendo - "Vais de tinto ou vais de branco?" Meu abraço, amigo. Laerte.
É frustrante um encontro falhado com o grande Vinicius de Moraes poeta que eu muito admiro não só pela sua poesia mas também pelas fabulosas musicas que nos deixou.
ResponderExcluirUm abraço e bom fim-de-semana.
Livros-Autografados
Mestre Francisco, quero aqui testemunhar a beleza que é o seu blog - maravilhoso. O poeta Calafate lá retratado está muito bem posto. Grato pela presença por cá. Minha gratidão e fraterno abraço. Laerte (Silo)
ExcluirUm género de poesia singular (perfumada a aperitivo...)
ResponderExcluirFiquei muito admirada quando soube pela boca de Tónia Carrero
que o poetinha estava permanentemente de ''pileque''... Nesse dia abusou...
Homenagei-o duas vezes este ano: em «Pela Paz» e em «Garota de Ipanema»
Deixou-nos poemas inesquecíveis.
Abraço cordial.
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É, o povo aumenta, mas não inventa. Semana passada fui a um casamento no Rio e compareci ao seu antigo ponto - um barzinho em uma esquina que agora consta o seu nome em uma das ruas - Prudente de Moraes com Rua Vinícius de Moraes, Ipanema. Grande abraço. Laerte.
ExcluirPara mim, que vi Vinicius, ao num programa da Televisão Portuguesa, num seu Show, com Toquinha e Marisa e tenho lido bastantes poemas dele, o tenho como imortal poeta da Lusófonia.
ResponderExcluirPor favor veja e comente o post
Cidade de Fortaleza – Tratado de Taborda
http://amornaguerra.blogspot.pt/
BRASIL: SORRISO DE DEUS.
Abraço
É uma honra ter neste espaço, tão insigne figura como o Senhor Daniel Costa, irmão de estrada quer do vinho quer da poesia, pelo que vi em seus espaços literário e de enologia. E eu lembro Vinícius mais intensamente com Amália em noite de fado, pela qual sou apaixonado e compus um fado a ela. Por favor encontre-o na mesma postagem de Vinicius no site ativo: AMÁLIA E VINÍCIUS. Abraço fraterno. Laerte (Silo).
ExcluirLaerte
ResponderExcluirReportando-me, foi sempre muito brasileirão, mesmo quando não havia net, nem se falava em Lusófonia, a minha produção literária sempre visou o espaço da nossa lingua comum. A maioria dos meus livros têm elementos do Brasil. Sendo que um deles TOP SECRET OLAVO, tem epilogo no Pais irmão. ENCONTROS DE POESIA LUSO - BRASILEIRA é de co autoria com poetisa brasileira. Por último dia 26/11 estarei em João Pessoa a receber o Prémio Nordestino de Literatura.
Vi e li o poema a Amália, extraordinária fadista, muito do meu apreço também.
Parabéns e muito obrigado.
Abraço de fraternidade
Valeu meu amigo! Se o Brasil não fosse um "continente geográfico" (e humano, também), juro que iria a esse evento magnífico tanto pelo teor do acontecimento, quanto pela significância universal e a coincidência acertada em conferir a um irmão luso, o louro da vitória. Coisa que a mim agrada muito, esse gesto, sob o ponto de vista político, por achar que o português é um irmão e as duas nações complementares ou extensão da outra. Eu me sinto em casa, em Portugal e quero crer que vocês também se sentem em nosso pais, como filhos distantes ou pais que se ausentaram por momentos. Faz-me crer que o referido prêmio merecido, caiba ainda como uma comenda que o povo brasileiro entrega a um cidadão português representado o seu povo. Parabéns, amigo Daniel! Creia-me que estarei junto, na mesma vibração espiritual de alegria. Laerte (Silo)
ExcluirToda a gente gosta do Vinícius, incluindo em Portugal, um marco importante no panorama artístico brasileiro do século XX. Tal como Amália, de resto.
ResponderExcluirExcelente post, meu amigo.
Laerte, tem um bom domingo e uma semana feliz.
Abraço.
Obrigado Jaime! Vinícios era realmente um artista. O que me deixa ainda mais admirador dele é ter sido um homem do mundo trabalhando em nas Relações Exteriores do Brasil em embaixadas, ter eleito como país estrangeiro seu, Portugal. Sempre visitando e em companhia de Amália e dos outros artistas da época. Mesmo trabalhando na Inglaterra, vivia em Portugal. Ele amava Amália, assim como eu a amo. Jaime, por favor, dê uma olhadinha na postagem de Vinícius em um site ativo, AMALIA E VINICIUS, homenagem que postei à Amália com uma letra de fado e muitos portugueses radicados no Brasil gostaram demais. Agradeço muito sua visita e postagem, o que me envaidece e me honra. Meu abraço cordial. Laerte (Silo).
ResponderExcluirLaerte,
ResponderExcluirVinícius de morais foi um homem multifacetado, diplomata, dramaturgo, jornalista, poeta, cantor e compositor. Dele conheço alguma obra poética e musical que já tenho colocado por diversas vezes no meu blogue.
Desconhecia no entanto essa amizade com a nossa Amália.
Realmente deve ter sido muito frustrante não ter conhecido Vinicius ao vivo.
Um beijinho e boa semana
Oi Fê, creio ser portuguesa, você, por "nossa Amália" - a minha paixão que não passa. Vê nessa mesma postagem o site AMALIA E VINICIUS, uma letra de fado que compus à memória dela e que muitos portugueses radicados cá, gostaram demais. Creio que conheces, mas na dúvida, deixo aqui um site do YouTube, de uma hora, sobre os dois. Minha gratidão pela visita e mais esclarecimentos. Laerte. https://www.youtube.com/watch?v=mp-KhoxtQCM
ResponderExcluirAnna, já estive hoje em teu blog e sem tempo de uma mensagem, espero amanhã postar. Lindo o rio que corre e seca, mas o importante que em nossa sensação, ele é perene. Grande abraço. Silo.
ResponderExcluirBoa tarde, o excelente poeta, cantor e compositor, faz parte de todas as gerações e assim vai continuar nas novas gerações, bem...sobre a Amália eu fico calado.
ResponderExcluirAG
Oi Amigo, realmente Vinicius é excelente e imortal. Quanto a Amália, minha paixão que não passa, vem da admiração como cantora de fado, idolatria de ancestrais meus com ascendência lusa, embora Amália seja uma imortal como artista multifacetada, com decorações e títulos honoríficos de diversos países, estando seu corpo sepultado no panteão dos heróis portugueses. Grande abraço. Laerte.
ResponderExcluirSó hoje o encontrei nos "7degraus" e gostei.
ResponderExcluirVinicius, foi o único poeta que viveu como poeta e foi considerado o Maior poeta lírico
da poesia brasileira do século XX.
E ele disse "Será que eu cheguei ao fim de todos os caminhos...Ao fim de todos os caminhos?" Conheceu-o bem e gosto de Vinicius.
Conheço PENEDO a 2ooK do Rio, onde ele passava férias.
Bem escolhido!
Maria Luísa Adães
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ExcluirOi Maria Luisa, obrigado pela visita e comentário tão auspicioso à minha cabecinha adormecida, para a fazer lembrar do poema da ponte de Van Gog que Vinícios lá compôs - lindo poema. Não conheço a cidade, Itatiaia, colonizada por Finlandeses e tem características muito próprias, razão pela qual Vinícius a elegeu. Há lá grande parque ecológico. Minha gratidão e abraço cordial. Laerte (Silo).
ResponderExcluirAh, amigo perder um encontro com o poetinha, deve ter sido uma tristeza e só mesmo sorvendo todo líquido da taça. Aqui estou sempre a prosear com o poetinha numa praça de Itapuã está sentado o poeta, com os olhos fixos no mar de costas para a cidade.
ResponderExcluirAbraços de paz.
Oi Toninho, que legal!... Eu não conhecia não. Nosso blog é cultura. Fui lá pelo google e achei maravilhosa a imagem do baixinho cujo conteúdo era enorme. Até a "barriguinha de chope" - a que a dele era escocesa, do melhor uísque, eles tiveram a pachorra de retratar. Está maravilhosa a imagem. Ainda hei de ir lá. Grato! Grande abraço. Laerte.
ResponderExcluirQue pena que ficou no quase... rsrsr. Confesso que não sei muito sobre o grande poeta mas o que sei me basta para admira-lo. E assim como o Fábio Murilo eu amo o soneto da fidelidade. Obrigada por sua visita e pelos lindos versos que lá deixou. Tão lindo como esse da postagem. Felicidades.
ResponderExcluirOi Nádia, mea culpa, mea culpa, mea maxima culpa!.. Desculpe-me não responder seu comentário em tempo hábil! Apenas não revi comentários depois da postagem de outra matéria. Nádia, minha gratidão e mais uma vez minhas escusas. Meu abraço cordial. Laerte.
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