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quarta-feira, 24 de novembro de 2021

CINQUENTA ANOS DE ENGENHARIA CIVIL DA TURMA 1971

 

Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul - PUCRS

Deusa Minerva - Engenharia
Livro editado

    Escreveu o poeta Gonçalves Dias, na A CANÇÃO DOS TAMOIOS – “Não tema, que a vida é luta renhida, viver é lutar”. Ora, fora da atividade profissional, aposentado e olhando para trás, vejo o quanto lutamos, mas tudo aconteceu tão naturalmente, a parecer que as adversidades e peleias foram coisas banais, sem grandes esforços e não sentindo que a vida foi uma luta renhida, pois à juventude o embate é feito passeio prazeroso, apenas.

    Dia quatro de dezembro do ano corrente, a minha turma do curso de Engenharia Civil, 1971, da Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul – PUCRS comemorará jubileu de ouro (cinquenta anos), a ser celebrado com missa em ação de graças, almoço festivo e outros eventos complementares aos encontros e atividades realizadas, até então. Creio ser uma glória podermos vivenciar nossa conquista dizendo algo semelhante ao que disse o general romano Júlio César ao vencer uma guerra: “Veni, vidi, vici!” (Eu vim, eu vi, eu venci!).
    A prova de lutas, vitórias, percalços em eventos hilariantes, tensos e de júbilos da turma e de cada um, durante o curso e depois dele na vida profissional, foram objetos de meticulosa pesquisa, resgatados, catalogados e registrados em volumosa obra de um vibrante e esforçado colega, Vanderlan dos Santos Fraga que os registrou no livro editado FATOS, VIVÊNCIAS & HISTÓRIAS. (Muitas das histórias, escritas por quem vivenciou a sua própria façanha.) Aqui me permito abrir parênteses para cumprimentar o escritor e os seus colaboradores, com elogios, dado o trabalho de excelente qualidade – parabéns, amigo Vanderlan e aos seus!
    Quero homenagear colegas e mestres com um poema em décimas do cancioneiro Ibero-português, arremedando Gonçalves Dias em seus versos:


A CANÇÃO DOS FORMANDOS 



Se a vida é luta renhida,
Lutar não é tão penoso,
Visto que nos leva ao gozo
Da vitória pela vida
Planejada e concebida.
E o objetivo que dista, 
Conforme o ponto de vista
Intrínseco de cada ser,
Pode-se, então, obter
Lutando para a conquista.

Traçado o rumo e o destino
Singramos, a viajar
Em misterioso mar,
Sem bússola, mas pelo tino
Feito nauta peregrino.
Com procela, em rumo torto,
Na calmaria, em conforto,
 Mas quer com vento ou bonança,
Quanto mais a nau avança
Distará menos, do porto.

Por fim, o destino vem.
Atraca-se em seguro cais
Aos acertos finais
Daquilo que nos convém.
Mas viajamos além,
Já formados; sempre em luta, 
Com a vontade absoluta
De vencer – vencer na vida
Com a profissão aprendida
Para exercer a labuta. 

Depois vem a sobrevida:
“A idade do condor”:
Dor aqui...  ou  onde for...
Saúde ou dor, vai-se à lida
Evitando a recaída,
Cauteloso e preparado
Pelo costume ou por fado.
Importante é caminhar,
Mesmo andando de vagar
Tomando todo o cuidado. 

E viva a exata Engenharia!
Bem como os Irmãos Maristas!
Viva as nossas conquistas!
E vivamos com alegria
Tendo a cabeça por guia,
O coração por amante
Da vida, para ir avante
Com muita fé e esperança
Dentro d'alma da criança
Do adulto itinerante!...