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quarta-feira, 23 de setembro de 2020

À PRIMAVERA



"IPÊ-AMARELO-OURO-PÁTRIO"- NATIVO DA MATA ATLÂNTICA
JABUTICABEIRA - NATIVA DA MATA ATLÂNTICA
 PITANGUEIRA - NATIVA DA MATA ATLÂNTICA
A PODA EXAGERADA AV. OTHON GAMA D'EÇA COM RUA BOCAIÚVA
 
À ESQUERDA, A AMENDOEIRA PODADA – EXÓTICA

Eis que chega a primavera 
Para o Hemisfério Sul 
Com o céu de um supremo azul.
Sem meandros, veio à vera
Como o tempo que se espera
De revitalização 
À luz e ao calor, que são
Contrários à pandemia!
A nova estação principia
Com esperança à Nação.
 
Floresce o ipê-amarelo
Que faz mais verde o vergel.
E misterioso pincel 
Pinta o morro em seu cutelo 
De cirro, num céu singelo
Azul da cor da bandeira
Desta Nação Brasileira.
E as cores da primavera 
Fazem-se às suas, por mera 
Natureza sobranceira.
 
Assim, estabelecido
O verde, azul, amarelo
E branco, sem paralelo,
Como a cambraia em tecido,
Parece ter mais sentido 
O patriotismo, de novo, 
Como se um broto em renovo,
Grelando sem pandemia. 
E a primavera anuncia
Ânimo altivo ao povo.
 
Viva a estação das flores 
Que vem trazer esperança 
Para o Brasil de bonança, 
Preservando os seus valores,
E ultrapassando os horrores 
Da pandemia pungente 
Que o país se ressente, 
Mas que se lança ao progresso 
Responsável e expresso
Como o valor de sua gente.

 

    Gráficos e expertos apresentam que a pandemia declina em todo o território nacional, bem como, em nossa Ilha. A flexibilização das normas à liberdade em ir e vir foi decretada, porém com as restrições necessárias. E eu me animei em ir à rua, ainda muito deserta, para ver a volta da primavera no vergel que ora explode. À frente da nossa rua vejo os jardins do barãozinho Udo Wangenheim, denso de arvoredo esbanjando cores novas de brotos tenros com folhas tímidas em “dar as caras”, anexo a um terreno do Exército Brasileiro onde as palmeiras imperiais, perfiladas, tomaram posição de sentido, eterna – áreas de flora exuberante à rua Bocaiúva. Adiante, na esquina dessa rua com a Avenida Othon Gama D’Eça, deparo-me com uma poda quase a decepar uma amendoeira secular, o que me fez pensar mal do homem: será que ela sobreviverá? Ou aproveitaram a pandemia para uma poda maligna? Diante da pandemia, tudo é capaz de morrer, até a crença nos homens que se dizem gente nossa. Espero que o arbusto sobreviva, mas eu me preocupei. O importante é que existem nas imediações, novos “ipês-amarelo-ouro-pátrio”, plantados recentemente, estão florindo para compensar a amendoeira que neste verão não nos dará sua esperada, antiga e magnífica sombra. Em compensação, as jabuticabeiras saem da dormência para dar saborosíssimos frutos, as pitangueiras florescem e a vida continua com a pandemia a boreste a qual tentamos ultrapassar... E que Deus seja louvado!

Em confraternização na ACL – Karla Tavares, Edilson da Costa, Maíra Pinto e Diogo Tavares