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domingo, 7 de maio de 2023

DIA DAS MÃES E DIA DO FADO

      Sendo um humilde escritor, versado em romances, contos, crônicas, ensaios e poesias, arrisco-me também em composições de letras musicais, cujo maestro Zezinho, dileto amigo, já musicou algumas delas. Eu sou um zero à esquerda em música, pois só cursei, interno em colégio salesiano, em tenra idade, o Canto Orfeônico. Então, se alguém ligado à música se habilitar à musicalização da presente letra do fado português, ficarei contente. 

     Visto que no Brasil, o dia consagrado às mães – Dia das Mães é o segundo domingo de maio, em homenagem a elas compus alguns versos que publico também, a não deixar o dia 14/05/2023 passar por este espaço em brancas nuvens. Abraços. 

 

O FADO É A ALMA LUSA
           Autor: Laerte Tavares

 

Faz lembrar alguém 

Algo que o fado tem 

No tom de tristeza, solidão e mágoas? 

Lembra a mim o som das águas 

Das ondas do mar aberto 

Batendo ao costado, e forte, 

Da nau posta à própria sorte   

Da rota com destino, mas incerto 

E o nauta, preso à nau como cativo, 

Sente-se até morto; ou vivo 

Temente ao naufrágio e à morte.

 

Tendo o mar encapelado 

O vagalhão bate ao costado

Desaguando no convés 

E vai sair através 

Das escoas, com um som 

Arrastado, tendo o tom

E ritmo iguais ao do fado. 

 

Por isso que o som do fado 

Lembra o marujo embarcado 

Na solidão do alto-mar

Imprevisível a estar. 

A nau navegando avança, 

E a alma do marinheiro

Fareja, no ar, o cheiro 

Da morte, até na bonança.

Porém, na luz da esperança. 

 

O fado é a alma lusa 

Navegadora que usa 

A força do corpo humano 

 Para vencer o oceano.

E, essa alma é o fado  

Do argonauta fadado    

 Ora, a ser, do fado, a musa.  

 

DIA DAS MÃES
   Autor: Laerte Tavares 

 

Mãe – palavra comovente 

A mim e creio que a quem

Perdeu a sua também,

Como a perdi de repente. 

 

Mas a vida ensina a gente 

A viver, seguindo além 

Quando algum percalço tem

E eu, superei lentamente. 

 

Hoje, com a mãe do meu filho 

E ele, eu me maravilho 

Vendo que Deus nos conduz. 

 

Dia das Mães é estribilho 

Do cântico de vida, ao trilho,

Que canto com amor e luz.


Mãe
Autor: Laerte Tavares

Mãe, palavra poética sem ter rima

Mas soa doce, ao tom de uma ternura

Alagada de amor da criatura 

Progenitora  ou mãe, que orbita acima 

Dos céus e chega à mente por estima 

Arraigada à lembrança e ao mor filial

De onde surge o belo universal

À arte literária em poesia 

Prenhe de intensa luz, que alumia

O coração humano, qual fanal.


Palavra Mãe
Autor: Laerte Tavares

A palavra mais sublime 

Do meu encanto, em menino

Foi mãe, no primeiro ensino

Recebido. Ela exprime 

Vida – nascer para o time 

Da família como sendo 

Mais um milagre estupendo

Fruto da luz do amor,

Plena no seu esplendor

Deste universo colendo. 

Postcode recente Uma Odisseia na Roubada - Projeto Cultural selecionado pelo Prêmio Elisabete Anderle de Apoio à Cultura – Edição 2022, executado com recursos do Governo do Estado de Santa Catarina, por meio da Fundação Catarinense da Cultura. Processo FCC 2920 / 2022.

Foto: Laerte Tavares