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quarta-feira, 5 de maio de 2021

DIA DO EXPEDICIONÁRIO


Nilson Vasco Gondin
livro LIBERDADE ESCRITA COM SANGUE


Símbolo da FEB


Símbolo da Força Aérea Brasileira
com a imagem do Cruzeiro do Sul.
Pua é a ponta da verruma e a expressão
 "Senta a pua!" significava algo como ex-
   expressões atuais: "manda ver!" ou 
    "manda bala!"


    Cinco de maio, dia em que celebramos a memória do grande herói brasileiro, o expedicionário que ajudou a conquistar a “liberdade aos países livres” ao preço de seu sangue e das lágrimas de seus familiares. Como olvidá-lo? Não queremos repetir o que é da História desta amada Nação. O expedicionário é um herói consagrado e conhecido pelos adultos que têm o dever de transmitir conhecimentos cívicos às crianças e aos adolescentes. Importante nos lembrar desse valoroso homem e de seus feitos ao serviço da Pátria.
    Alguém disse que o brasileiro só iria à guerra no dia em que a cobra fumasse. Símbolo, depois empregado pela Força Expedicionária Brasileira (FEB) – uma cobra fumante. Em meio aos horrores enfrentados na luta, no inverno, ao chegar à cordilheira dos Apeninos, ante as batalhas severas em que mal conseguia dormir, nosso soldado teve de improvisar.
    No frio de 20ºC negativos, forrava os pés com jornais velhos sob as meias ao coturno, excelentes isolantes térmicos, o que fez os soldados americanos imitá-lo. O jovem obrigava-se a comer o que lhe fosse oferecido, e por isso, colocaram-lhe o apelido de Avestruz – símbolo desenhado nos tanques de guerra e nos narizes dos aviões caças – um avestruz atirando para todos os lados. (O bullying não funciona para os fortes). Há relatos de que os pilotos brasileiros foram os mais audazes em combate. Exemplo: Durante a tomada do Monte Castelo davam rasantes extremos, radicais e perigosíssimos, conseguindo com precisão, disparar as bombas no colo do inimigo.
    O principal objetivo do pracinha brasileiro era vencer a luta e voltar para a sua casa sob a luz da atmosfera brasileira. E ele conseguiu quando da tomada do Monte Castelo, último bastião dos nazistas em que nas duas tentativas, as Forças Norte-americanas foram rechaçadas com muitas perdas de vidas. O infante brasileiro chegou lá aos limites de suas forças, mas cantando os seus sambas improvisados. Depois fez amizades com italianos e até hoje é homenageado na Itália por ter sido o liberatori, ao contrário da sua Pátria que logo ao pisar em solo brasileiro, a FEB já estava extinta.
    Posto aqui foto do herói condecorado por atos de bravura, Nilson Vasco Gondin, de família de origem Viking que imigrou aos Açores e de lá para o Brasil. Nilson, nascido em Florianópolis, foi meu chefe quando assumi como engenheiro fiscal da Caixa Econômica Federal. Tive a honra de conhecer muito da história da Segunda Guerra a partir dos relatos de Nilson e de outros expedicionários com quem convivi, como é o caso do Sr. Milton Fonseca e Emanoel Assis, irmão de um tio meu. O que me fez escrever o romance UM SOL DADO À LIBERDADE, narrando fatos históricos e pormenores vivenciados no teatro de guerra quando da participação desses catarinenses até hoje festejados em nosso Estado.
    Os pracinhas saíram da Itália aos aplausos do povo, principalmente às enfermeiras brasileiras que tiveram um papel extraordinário na guerra pelo excepcional atendimento. Despediram-se daquele maravilhoso povo cantando a Canção do Expedicionário.

internet - soldado brasileiro no front com capacete de aço
 sobre o de fibra e com seu fuzil de baioneta calada 


A TOMADA DO MONTE CASTELO


Meu Brasil, cinco de maio 

É Dia do Expedicionário,

Merecedor de um sacrário  

De luz, pois igual Sampaio, 

Demonstrou não ser lacaio 

E deu sua vida à Guerra 

Para defender a terra 

Desta Nação brasileira,

Tendo por sua bandeira,  

O que a brasileira encerra.

 

Os pracinhas brasileiros 

Mostraram brio, destemor, 

Moral, paz interior 

E altivos, sobranceiros,

Provaram aos estrangeiros

Serem vocacionados 

À guerra; como os soldados 

Mais combativos no front 

E com a tomada de um Monte 

Eles foram consagrados. 

 

Famoso o Monte Castelo, 

Covil sacro do inimigo 

Representando um perigo

Pelo local  –  "il capello”

Que o diabo, por flagelo,

Usava para assombrar 

Todo e qualquer militar 

Que ousasse às subidas,  

Porém com perdas de vidas 

O Brasil pode o assaltar. 

 

O P-47 (Thunderbolt) era 

Famoso avião de caça 

Que o brasileiro, com raça, 

Usou a “nova pantera” 

Fazendo o que não se espera 

De um piloto aprendiz 

Que desenhou no nariz 

Do avião um avestruz, 

Para poder fazer jus 

Ao que a herói não condiz.

 

De ações quase suicidas,

Em seus radicais rasantes,

Ele arrasou tudo, antes 

Dos infantes, às subidas 

Em progressões protegidas 

Por fogo da artilharia 

Que à retaguarda cobria, 

Chegassem para dar cabo 

Ao tal chapéu do diabo  

Invencível, se dizia.

 

Estribilho:

E foi à desforra, ao fim 

Do fogo inimigo atuar 

E a ter que ceder lugar 

Ao intrépido clarim 

E a nossa bandeira, assim

Ser hasteada no alto 

Do Monte, ao último assalto

Que à guerra pôs um fim!