Imagem de Rodrigo de Haro e da sua obra lançado
Ontem, aconteceu o lançamento da obra LANTERNA MÁGICA do acadêmico Rodrigo de Haro, organizada por Gilberto Gerlach, um dos seus maiores amigos. Após a sessão solene de comemoração aos noventa e nove anos da Academia Catarinense de Letras. Sessão, em que Rodrigo foi homenageado e nos brindou com inúmeras histórias da nossa rica História Catarinense.
Lanterna mágica é o nome inicial, devido às primeiras manifestações cinematográficas que se têm notícias. Em novembro de 1785, a Ilha de Santa Catarina teve a primeira projeção cinematográfica exibida por LANTERNA MÁGICA, depois de o rei francês Louis XVI recomendar a Lapérouse, viajante navegador, que pelos portos por onde passasse e aportasse, fizesse a demonstração do novo invento que estava a agitar a Europa no final do século XVII, e proibido pelos revolucionários de Robespierre. E assim, quando em novembro de 1785 os navios de Lapérouse ancoraram na Baía Sul dessa “Ilha de Idílios”, trazendo a bordo, além de inúmeros bois, carneiros, cabras e faisões como mantimentos, o “cinematográfico” equipamento necessário à exibição de imagens. Sendo o comandante e os tripulantes das naus muito bem recebidos pelo governador da província.
No largo à frente da igreja, hoje, Praça XV de Novembro, instalaram um pano de vela muito alvo e, ao som dos realejos (serinettes ou órgão da Alemanha ou Barbarie), projetaram uma série de figuras. Uma das músicas tocadas pelos realejos ainda se canta não só na ilha, que é a "Marlborough vai à guerra".
Soubemos que Louis Charles Adelaide von Chamisso (1781-1838), escritor, poeta e naturalista, que havia lançado com sucesso o breve livro - "O Homem sem Sombra", resolvera fugir de uma Europa em guerra e buscar terras virgens. Aportou em nossa ilha e permaneceu nela por longo tempo. Foi este nobre que levou para plantar em toda a Côte d'Azur, inclusive Cannes, mudas de nossas palmeiras e, segundo o próprio registrou, ele e seus amigos plantaram as sementes na Riviera Francesa. Soubemos que a Palma de Ouro simbolizada em troféu do Festival de Cannes é uma folha da palmeira levada do Brasil. Fato que surpreendeu o Diretor do Festival de Cannes, quando Rodrigo lhe revelou o fato, num festival que participou junto ao amigo Gilberto Schmidt Gerlach, participante assíduo dos festivais de cinemas em Cannes, junto da esposa Carmem.
Além de falar da Língua Portuguesa culta, Rodrigo narrou do linguajar popular do nosso cancioneiro, muitíssimo espirituoso, declamando versos em que o versejador dizia a bem-amada "que se ela fosse ao fim do mundo ou onde o diabo perdeu as botas, ele iria atrás...". Versos que me inspiraram ao humilde soneto que aqui apresento:
"ILHA D'IDÍLIOS"
Se fores ao fim do mundo,
Ao fim do mundo eu irei
Porque o amor e a sua lei
Forçam-me a isso, no fundo.
Na paixão com a qual me inundo
Tu és rainha e eu sou rei
E o nosso reino, eu bem sei,
É o universo rotundo.
Mas se ao fim do mundo eu for
Em busca do nosso amor,
Voltarei na mesma trilha
Para te trazer de novo
E vivermos com este povo
Em doce idílio na Ilha!
Por fazer parte da história da Ilha d'Idílios, o doutor Harry Correa, aos seu noventa e quatro anos de vida e apreciador de um bom uísque escocês. Posto aqui nossa foto no Box 32 do Mercado Público Municipal de Florianópolis. Palmas para ele!...