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sábado, 20 de fevereiro de 2021

DIA 21 DE FEVEREIRO DIA DO IMIGRANTE ITALIANO

 Homenagem, em especial, às famílias Moreschi, Marafon, Grison, Bonatto, Lazzaretti, Martini, Garbin, Moser e outras tantas famílias que desbravaram este misterioso e amado território para construir Pátria nova, que nasceu sob a Cruz de Cristo  Terra de Santa Cruz – Brasil de todas as irmandades. 

IMAGEM  PÁGINA MORESCHI'S CLUB

Moreschi's Club

Grupo Público
653 membros

Dia 21 de fevereiro, comemoração ao "Dia do Imigrante Italiano" 


SAGA DO IMIGRANTE


Europa, mil e oitocentos...
Com seus países em crises
Enormes e com matizes
Trevosos nos firmamentos,
Países, em passos lentos,
Caminhavam para um fundo
De abismo imenso e profundo!
E a Itália viu o seu povo
Clamar pelo mundo novo
Ao rumo do Novo Mundo!

Antecipou-se Verona
De gente audaz e aguerrida
Para buscar nova vida
Sob o amparo de Madona
Mãe de Deus, na virgem zona
Da América. E Portugal
Oferecia um local,
De habitante carente,
O Brasil, a essa gente
Que buscava isso, afinal!

Assim, fez-se um contingente
De famílias veronesas
Como a MORESCHI, de acesas
Almas, razão, fé e mente
Que, de início, já se sente
Apta para enfrentar
Os mistérios do além-mar
Descritos em brutais sagas,
Para ganhar novas plagas
Nesse sonhado lugar!

A América! E ela fez-se em porto
Na manhã de céu azul,
Já no Rio Grande do Sul.
Do mar, ainda absorto,
O povo teve o conforto
Da paz, mas logo inicia
Uma nova romaria
Sob cantares de aves
Exóticas e, em Alfredo Chaves,
Funda a sua freguesia!

Quase há um século e meio...
Hoje a família se enlaça,
E unida agradece a graça
Alcançada por quem veio
Não com a vida a passeio,
E sim  ao serviço duro
Sonhando um melhor futuro
No esperado porvir
Aos descendentes a vir;
E brinda o amor terno e puro!

Ora, em Fagundes Varela
(Certo poeta andarilho
Que deu nome, sem ser filho,
À Alfredo Chaves), tão bela
Cidade a qual chancela
Festa a um clã italiano
Que atravessou o oceano,
Lutou e formou um povo
A dar para o “Mundo Novo”
Novo brilho ao ser humano!


*Poema narrativo: Laerte Tavares

*imagens Uerj (públ.)

*Trecho do poema de Laerte Tavares 

 

Há cento e quarenta e três anos os primeiros italianos se espalhavam pelo Brasil. Pessoas com ideais de encontrar na América melhores condições para se viver. Embarcavam, na terceira classe, em navios a vela para singrar o Atlântico, percurso que levava até sessenta dias a se completar. Mais tarde, com os navios a vapor o tempo foi reduzido quase pela metade, o que não tornara a saga menos cruel.

Aos poucos, muitos filhos da Itália a deixavam para trás, principalmente, pela crise de trabalho. Alcançar a terra de promessas e oportunidades, chamada Brasil, era o propósito. Em mesmo fluxo, pelo porto de Gênova, cidade de grandes navegadores e de seu filho Cristóvão Colombo, hoje capital europeia da cultura, no ano de 1888 seguiram ao mesmo destino as famílias Moreschi. Adultos e crianças esperançosos, rumo ao desconhecido... Após incansáveis trajetos percorridos, alcançam lugarejo e se instalam, iniciando “vida nova”, adaptando-se aos espaços, mantendo e cultivando seus costumes e cultura, movendo-se conforme as oportunidades e necessidades.

E, meio aos laços que aos poucos se interligam por entre diferentes lugares, descobre-se histórias que nos remete às lembranças. Não qualquer lembrança! mas lembranças de seres especiais, resultado do que nos foi proporcionado por eles a ser dado continuidade.

Vapor que transportou os italianos a cantar "América"  um ramalhete de flores







      Alfredo Chaves - Veranópolis