Imagem fonte: Internet
Amigo(a)s, ando tão atarefado que pouquíssimo tempo estou tendo para a blogosfera, mas deverei voltar brevemente, "contudo". Nesse interregno, tenho procurado ser presente, mas fico a dever demais. Nem aqui estou postando. Resolvi então, "criar vergonha" e editar algo. Deixo dois sonetinhos para cobrir lacuna. Minhas escusas e até breve.
A CORTINA VERMELHA
Acordo-me em madorna, e sou
feliz.
O silêncio
do quarto me embriaga
De lembranças. Por razão tão
vaga,
Sonolento, a
dormir logo me fiz.
A penumbra da noite era um verniz
Diluído, mas havia
uma chaga
Na cortina, qual
corte por adaga
Que a feriu e deixou a
cicatriz.
A tal
cicatriz com
a luz da lua
Se
fechou feito talho em carne crua,
Ou certo órgão ofuscado pela luz.
Eu sonhei com a imagem sensual tua
Numa dança do
ventre, toda nua
Balançando ao ar os seios nus.
LEMBRANÇAS
A lua banha a lembrança
Com minha praia e mais nada.
Vejo uma luz encantada
Aonde a alma minha se lança.
No mar, a ondulação mansa
Refletia linda estrada
De luar, toda estrelada,
Presa à lua em argenta trança.
A Rapunzel, entretanto,
Destilava doído pranto
Na areia, e o lambia, o mar.
Formava um extenso manto
Do tamanho do encanto
Que agora estou a sonhar.