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domingo, 28 de janeiro de 2024

LUCIDEZ

     

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LUCIDEZ

Estou lúcido e convencido que é melhor filosofar 
do que conhecer a verdade convencional para viver nela. 
Também jamais consegui conviver com o erro consensual.  Sendo a filosofia uma relação do sujeito com o exterior há várias verdades, a depender do ponto de vista da visada e o entendimento da observação analisada à sua imagem  e consequênciais deduzidas. Uma pessoa triste encontrará tristeza na rosa rubra da manhã. Um ser, em seu contentamento, achará alegre a tarde baça e chuvosa.
Verdade universal e consensual não existe para o alienígena. Nem a mim. Conviver com a verdade dos outros é nocivo ao sujeito real,pois a realidade das coisas é relativa como a transitoriedade do sol. À orla da cama conversando com minha bem-amada, todas as verdades convergem para o real, a cama, porém, nessa hora não estou lúcido suficiente para filosofar. Quando chega a aurora já contaminado pela aparência cósmica,
 obrigo-me aos compromissos de rotina à realidade nua.
O nascer do sol me faz pesaroso por não haver mais noite. 
A minha vida é simples como o esplendor da rosa rubra.
E essa realidade me faz feliz. 

PRESTIDIGITAÇÃO DIVINATÓRIA  

            Cheguei à conclusão de que o mundo está líquido. Nada mais é concreto e o saber evolui exponencialmente sem adivinharmos onde desaguará, pois a realidade de hoje não mais será a de amanhã. 

            Tenho uma filha médica, outra psicóloga, um pôs-doutor professor de Literatura Alemã e um quarto filho que entrará para a formação profissional neste ano. Entre as opções acadêmicas tradicionais, nenhuma parece viável à formação futura, pois com a decadência das universidades e as faculdades quase anacrônicas, tudo se faz temerário a investimentos de recursos e tempo.

 O estudo moderno baseia-se no aprendizado e atualização constante, principalmente no domínio vasto da cibernética e aplicações financeiras.  

            Aconselhei meu jovem filho de dezoito anos que fizesse suas graduações em áreas culturais ao cotidiano da vida, e em curtos prazos de dois ou três anos. Ele optou pelas faculdades de economiia (quatro anos) e pela de  Análises de Sistemas da Informática (três anos), porque quando se graduar, talvez já tenha que cursar mais três anos de “análises inferenciais da pós inteligência artificial”... e assim sucessivamente. Já não se trata de uma formação profissional, mas de uma atualização constante não mais da profissão, mas inteiração especulativa em diversos campos econômicos ou científicos. Não se imagina mais estabelecer-se profissionalmente, porém especular por “multiprocessos” através da “multiprofissão”, sistemas financeiros e funcionais de uma pós-economia, quem sabe, tendo em vista que as finanças também já estão líquidas, eletronicamente com bolsas de valores tomando vultos gigantescos (com aplicações em criptomoedas?). Será que chegaremos ao admirável ou abominável mundo novo? 

            O que acham os senhores?