Poemas, Contos, Crônicas...
Este “silo de armazenamento” não estoca o lirismo, mas o distribui, em forma de poemas, ao consumo de ávidos(as) pela doçura da vida!
Comoveu-me o grande maestro José Ribeiro, o popular Zezinho, que ao ler na minha página literária os modestos versos que fiz enaltecendo nossa Academia Catarinense de Letras, ele compôs daquilo um excelente canto em homenagem aos cem anos de nossa academia, depois de me pedir licença para introduzir um refrão à letra.
Ah, outubro... Ah, outubro, o matiz rubro em nuança ao meio-tom verniz, na primavera, faz-me mais feliz com a cor da flor-de-lis pelo que a augusta flor me diz simbolizar as letras acadêmicas. E, em incandescente e rutilante brilho, as cores que há nos lírios, nas dálias e nos girassóis ladeiam um caminho ao dia trinta de outubro, data em que a Academia Catarinense de Letras completará cem anos de existência.
Aqui exaro minha exaltação à ACL e a confissão de que, sensibilizado, sinto orgulho pela glória de nossa Academiacentenária. Alguns poderão julgar tempo irrisório, ante as idades de outras Arcádias dovelho mundo,mas creiam: cem anos à tradição da literatura brasileira é bastante para me comover por tanto regozijo; e quero dividir essa alegria com todo(a)s o(a)s amigo(a)s leitores, sendo eu um dos membros, na Cadeira 16, desse Egrégio Sodalício que me faz honrado e tomado de responsabilidade na produção literária, pelo compromisso que me cabe em fazer jus ao galardão que me foi conferido, na tradição daqueles que nele nos antecederam e se empenharam para passar tão importante legado a que pudéssemos estar a comemorar tão auspiciosa data. Deus seja louvado!
Casa José Boiteux – A soberba Casa José Boiteux, / É um templo erguido à vida acadêmica, / Cuja primeira matéria sistêmica / Foi o comércio. E ora, está à mercê / Das instituições que a lei prevê / Ser de interesse à história, à cultura / E ao mestre Boiteux, que aqui perdura / Como o patrono supremo do ensino / Em belo busto brônzeo de um divino / Feito à imagem da sua figura.
A Academia Catarinense de Letras é um
marco histórico na vida cultural de Santa Catarina e brasileira, também, por
ser uma das primeiras academias estaduais fundadas depois da Academia
Brasileira de Letras constituída nos padrões da Academia Francesa. Porém, a ACL
seguindo modelo da ABL, destacou-se por ter sido a primeira Academia de Letras
no Brasil com ingresso de mulheres em seus quadros. Inicialmente, duas
extraordinárias literatas catarinenses tomaram posse em cadeiras da confraria –
sendo as primeiras confreiras brasileiras: Maura de Senna Pereira
e Delminda Silveira de Sousa.
Importante dizer que a Academia Catarinense hauriu
da convivência cordial entre escritores que se congraçaram para, a partir de um
instituto literário, formar a confraria. Instituto que contou com o tino
político, jurídico e administrativo de José Boiteux, fundador da ACL que, junto
ao professor Othon da Gama D’Éça e outras ilustres personalidades constituíram
a centenária ACL no ano de 1920.
Para homenagear a ACL nessa data especial, compus um modesto poema em décimas do cancioneiro ibero-português:
ACADEMIA CATARINENSE DE LETRAS Autor: Laerte Tavares