O BRASIL VACINADO DA CORRUPÇÃO
Nasci em uma colônia de pescadores artesanais, no litoral de Santa Catarina, onde houve uma armação baleeira, Armação do Itapocoróy (muralha de pedra – tupi-guarani) em que encerradas as atividades industriais do produto da baleia, lanchas baleeiras ficaram obsoletas. Anos depois, com a pesca de arrasto ao camarão e as salgas para manuseio do produto, as lanchas passaram a ser motorizadas com adaptações diversas e criativas, sendo que algumas desenvolviam maior velocidade marítima do que as outras, então, apelidadas de “pé inchado”.
Nosso amado país, mergulhado em ideologizações por governos corruptos, estagnou na pesquisa científica. O Instituto Butantan, orgulho do povo brasileiro, criado em fevereiro de 1901, que começou aplicando veneno de cobra em cavalos velhos para obtenção do soro antiofídico, tornou-se referência internacional e, ora, um pé inchado de cavalo velho. Saudades dos velhos galopes!... Poderíamos ter o produto do princípio ativo da vacina anti-covid-19, mas apenas misturamos os ingredientes da receita de bolo... Terminado o fermento...
Acorda Brasil, apliquemos em tecnologia – destino de um povo criativo!
E eu, como tantos, que esperava um fim na minha angustiante sofreguidão, ansioso pela bem-vinda vacina, titubeio na raia mordendo o freio do buçal não mais como um corcel e sim feito cavalgadura, também de pé inchado pelo tempo da espera.