Profecia
Poemas, Contos, Crônicas... Este “silo de armazenamento” não estoca o lirismo, mas o distribui, em forma de poemas, ao consumo de ávidos(as) pela doçura da vida!
Profecia
“Inculta e bela”, doce língua de diversos
Povos que a falam com muita altivez.
Língua amada do povo português,
Como Camões, que a usou em vários versos.
Homenagem ao Dia Mundial da Língua Portuguesa e a Olavo Bilac:
LÍNGUA PORTUGUESA
Olavo Bilac
Última flor do Lácio, inculta e bela,
És, a um tempo, esplendor e sepultura:
Ouro nativo, que na ganga impura
A bruta mina entre os cascalhos vela...
Amo-te assim, desconhecida e obscura,
Tuba de alto clangor, lira singela,
Que tens o trom e o silvo da procela
E o arrolo da saudade e da ternura!
Amo o teu viço agreste e o teu aroma
De virgens selvas e de oceano largo!
Amo-te, ó rude e doloroso idioma,
Em que da voz materna ouvi: "meu filho!"
E em que Camões chorou, no exílio amargo,
O gênio sem ventura e o amor sem brilho!
Marcos José Konder Reis
Fonte - Itajaipedia
Poema de MKR - A MINHA SEPULTURA
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TEU CORPO É POESIA
Autor – Laerte Tavares
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NÓS FIZEMOS UM PLANO E DEUS OUTRO
Autor – Laerte Tavares
Pois, a cada nova manhã
Nasce uma nova esperança.
Quando o Sol, a aurora, alcança
Não deixa a alvorada vã.
Traz uma energia sã
Que estimula a bonança,
E na atmosfera lança
Luz à vida e à fé cristã.
E se a fé remove montanha,
Traz esperança que ganha
Um Iluminismo risonho.
Determinado, a sanha
De vencer, faz-se tamanha
Que a Luz realiza o sonho.
Desejo a todos, e a cada um em particular, um Sacrossanto Natal festejando o Menino que veio para saciar a fome do espírito e alma com o sagrado Pão Eucarístico que Jesus viria, um dia, a consagrar. E, da mesma forma, votos de um Feliz Novo Ano para mitigar a sede do corpo e da mente dos mais recônditos desejos reprimidos pela pandemia prolongada, mas não finda ainda, à celebração da vida em festa de Réveillon e a cada momento do novo ano.
Laerte Tavares.
Ainda, sobre reminiscências de infância, lembro que para enfeitar a noite natalina, fazíamos lamparinas com lâminas de cortiça de rolhas de vinho, do meu pai, que seccionadas e fendidas até um pequeno furo no centro do círculo feito com um arame quente, se atravessava curtos fios de algodão a servir de pavio; enquanto o toco de rolha posto a boiar no azeite sobre água era aceso dentro de copos coloridos, que queimando durante a noite, dado o baixo consumo de combustível pelo minúsculo pavio ou torcida (como o nominavam, também), iluminava o caminho para São Nicolau colocar nossos presentes nos respectivos ninhos feitos de barba-de-velho.
Para demonstração ao meu filho Arthur, confeccionei um exemplar, que exponho fotografias.
Dia quatro de dezembro do ano corrente, a minha turma do curso de Engenharia Civil, 1971, da Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul – PUCRS comemorará jubileu de ouro (cinquenta anos), a ser celebrado com missa em ação de graças, almoço festivo e outros eventos complementares aos encontros e atividades realizadas, até então. Creio ser uma glória podermos vivenciar nossa conquista dizendo algo semelhante ao que disse o general romano Júlio César ao vencer uma guerra: “Veni, vidi, vici!” (Eu vim, eu vi, eu venci!).
A prova de lutas, vitórias, percalços em eventos hilariantes, tensos e de júbilos da turma e de cada um, durante o curso e depois dele na vida profissional, foram objetos de meticulosa pesquisa, resgatados, catalogados e registrados em volumosa obra de um vibrante e esforçado colega, Vanderlan dos Santos Fraga que os registrou no livro editado FATOS, VIVÊNCIAS & HISTÓRIAS. (Muitas das histórias, escritas por quem vivenciou a sua própria façanha.) Aqui me permito abrir parênteses para cumprimentar o escritor e os seus colaboradores, com elogios, dado o trabalho de excelente qualidade – parabéns, amigo Vanderlan e aos seus!
Quero homenagear colegas e mestres com um poema em décimas do cancioneiro Ibero-português, arremedando Gonçalves Dias em seus versos:
A CANÇÃO DOS FORMANDOS
Dois mil e vinte foi um ano extraordinário para a Academia Catarinense de Letras, guardiã da língua portuguesa e fomentadora da literatura e da cultura do Estado de Santa Catarina, para as festas comemorativas, por ter completado seus cem anos de existência no dia 30 de outubro daquele ano, data coincidente com o ápice mais feroz do ciclo pandêmico causado pela COVID-19, sem que pudéssemos comemorar, mas muito ainda se fez na travessia do surto exacerbado da crise. Em dois mil e vinte e um, queremos comemorar esta data de hoje com luzes sobre nossa Academia triunfante surgindo do outro lado da pandemia (que começa a amainar pelas providências sanitárias), com diversos aleijões, notadamente perdas fatais de membros do nosso sodalício, contaminados pela Coronavírus. Porém, graças às providências da diretoria atual, que tem à testa o preclaro acadêmico Moacir Pereira, foi possível continuar nossas atividades e tomar providências do preenchimento de vagas sendo editada inscrições no Diário Oficial à convocação de eleições dos novos aspirantes às Cadeiras respectivas, em que em um só pleito foram eleitos cinco novos membros permanentes (donec ad mortem). Para tomarem posse, os cinco novéis Acadêmicos começaram a marcar suas respectivas solenidades de posses, imediatamente. É com prazer que nominarei aqui os eleitos: Cadeira 4 – Rudney Otto Pfützenreuter; Cadeira 7 – Kátia Rebello: Cadeira 12 – André Ghiggi Caetano da Silva; Cadeira 22 – Umberto Grillo; Cadeira 25 – Maria Tereza Fiuza Lima Mascarenhas Passos.
No ano de 2020, mesmo com a terrível pandemia a diretora anterior, presidida pelo ilustre professor e poeta acadêmico Pinheiro Neto, muito foi feito para enaltecer a centenária Academia Catarinense de Letras, como lançamento de um selo postal comemorativo pela Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos estampando o logotipo da ACL; a composição de um hino em comemoração ao centenário, com letra do vate acadêmico Artêmio Zanon, experto nessa arte, em produção de diversos hinos institucionais para municípios catarinenses. Foram também confeccionadas máscaras de proteção contra a contaminação do Coronavírus com o referido logotipo, bem como outros eventos se realizaram com a participação presencial de reduzido público, conforme recomendação sanitária. Em consequência, institucionalizou-se as sessões virtuais pela internet, já com a nova diretoria.
Exaltemos, pois, nossa Academia Catarinense de Letras e a arte literária.
A ARTE LITERÁRIA
Autor: Laerte Tavares
Chegou a primavera, colorida,
Pondo em minha alma poesia e flores.
Potencializou meu coração com amores
Exacerbados que eu trago na vida.
Com o que eu amo a nobre e querida
Mulher e amante em graça e louvores,
Fez paixão pura de superiores
Desejos cárneos, na união vivida.
Tornou o amor uma flor de primavera:
Da vulva, o gineceu; do membro, antera
A levar pólen à fecundação.
Do gozo e orgasmo, fez suprema e vera
Sublime sensação de uma espera
A transcender o prazer vero e vão.