Deus Dionísio ou Baco - Imagem internet
Laerte S. Tavares e família
Laerte S. Tavares e seu irmão Antônio Tavares Neto
Margit Holzwarth Pardo com esposo
Grover Ronald Pardo Alvarado,
Hilário Sobral Soares e Laerte Sílvio Tavares
Harry Correa (direita); Laerte Tavares (esquerda)
“Moro num país tropical e abençoado por
Deus”, mas às vésperas do inverno, a gente sente na alma e no corpo que ao sul
do equador, em nossa santa e bela Catarina (SC Brasil) temos, perfeitamente, bem
definidas as quatro estações do ano, quer no clima, quer na natureza pródiga de
vegetações, flores e frutos ou na atmosfera transcendente que nos presenteia
com sentimentos diversos. Inverno, o sentimento de carência e aconchego aflora à
alma quando se busca também, em outras culturas, costumes como o fondue e o vinho
tinto, temperatura ambiente, à libação entre familiares e amigos. Este sonhador, no qual me faço, aproveita os primeiros friozinhos para a degustação do bom tinto, sem desprezar o português da região do Dão ou do Douro por atavismo do pai e do avô
paterno de origem portuguesa do Porto. A libação vínica é ritual indispensável,
em comunhão com os seus. Então, em homenagem ao vinho, compus um poeminha.
IN VINO VERITAS EST
Autor: Laerte Tavares
Autor: Laerte Tavares
Meu confidente é o vinho!
Eu o cumprimento, ao abri-lo.
Confidencio-lhe aquilo
Tudo que eu sonho sozinho.
E ele, como um adivinho,
Parece já saber tudo;
Permanece atento e mudo
Feito um excelente ouvinte.
Depois, ao passo seguinte,
Dou uma girada na taça,
Quando ele abre sua graça
Com elegância e requinte.
Ergo a taça, sinto o aroma.
Fito-o com amor e carinho.
Beijo o cristal, sorvo o vinho.
É quando o prazer me toma,
Conduzindo-me à redoma
Da meditação profunda
Com minha alma, que se inunda
De luz, num estado de graça
Inebriante, que passa
Por transcendência fecunda.
Largo a taça em algum lugar
E sigo o meu pensamento
Absorto, como o vento
Ou uma brisa do mar
Que nem está a ventar.
Permaneço observando
O meu pensar. E, até quando
Divago sem rota ou rumo...
Depois me tomo de prumo,
Dono do que estou pensando.
Nesse estado de prazer
Ou doce contentamento
Dirijo o meu pensamento
Para analisar meu ser
Responsável, no dever
De viver a minha vida
Como coisa concebida
Por um místico mistério.
Por isso, não levo a sério
Se eu me envolvo com a bebida.
Dou mais um gole. E, saúde!
Viva a mim e viva o vinho!
Viva meu sonho e caminho!
Viva a eterna juventude
Da alma que à mente ilude
Ser tão jovem quanto ela!
Viva a vida “dolce” e bela
Quando eu bebo com prazer!
Viva o corpo ou alma ou ser:
Ente que em nós se revela!
E o vinho já me inebria!
Sonho ser quem quero ser.
Ser que sonha com o prazer,
Com o amor, com a poesia
Que sua própria alma cria
Nesse estado inebriante,
Não qual ébrio, mas amante
Do vinho que, até Jesus
Bebeu com amigos, à luz
Do amor, que era o bastante!
Linda poesia!
ResponderExcluirEu amo o frio, e o que ele traz: vinho, queijos, caldos, lareira e Netflix.
Pois... faltou dizer... branco ou tinto? Mas depreendo que branco... :)
ResponderExcluirUm belo poema, ao néctar dos deuses.
ResponderExcluirAbraço
Adorei a leitura do poema com "Boleros", de Ravel, ao fundo... não podia ser mais bem escolhido.
ResponderExcluirMagnífico!!!
Um abraço, Laerte.
Oi, Laerte, que belo poema, amigo!
ResponderExcluirÉ a pura verdade, no vinho a verdade, o prazer, o descanso, o encontro conosco ou com o ser amado. E que vivam nossos sonhos!
Bela postagem, ainda mais ouvir o poema declamado por ti, o que deves fazer sempre - minha opinião!!
Aplausos!!
Grande abraço e beijo também aos teus e um belo feriadão regado a vinho, tinto de preferência!
Ainda que as estações do ano, aqui pela minha latitude, se confundam e difundam cada vez mais de entre si, de resto custa cada vez mais reconhecer o Inverno por aqui; Inverno que precisamente puxa, por exemplo, para o vinho de que também gosto _ na justa medida _ e de que a minha região, do Alentejo, é mais uma produtora de excelência!
ResponderExcluirQuanto ao poema está ao inspirado Nível superior que o caro Laerte nos tem habituado.
Com gratidão por tudo e votos de parabéns
Abraço
VB
Então Laerte: tim tim
ResponderExcluira esse seu belo poema.
Maravilhosos versos.
Bjins
CatiahoAlc.
Adoro vinho! Bebido à leitura de tal obra seria o máximo para mim. Pena não ter nenhuma garrafa aqui hoje.
ResponderExcluirBeijos, querido.
Deliciosa Ilusão
Nós aqui a entrar num Verão que promete calor abrasador.
ResponderExcluirAquele abraço, bfds
Lindo canto ao vinho...Aliás, quando o tomo,prefiro o branco,bem geladinho! Vim também agradecer tua linda poesia lá no céus! Obrigadão pelo carinho! abração,ótimo INVERNO! chica
ResponderExcluirBello poema dedicado al vino.
ResponderExcluirEntiendo que tus ancestros son de la zona de Oporto zona de buenos caldos como en toda la cuenca del Duero.
Saludos.
Viva, Laerte!
ResponderExcluirExcelente poema ao Vinho e muito bem dito!
Parabéns. Gostei muito.
Abraço
Olinda
Amigo Laerte o inverno nos três Estados do Sul do nosso país é a melhor estação para bebermos vinho, em especial o vinho tinto encorpado, quer em boa companhia, quer com os nossos pensamentos, quando extraímos da alma o que dela não se tira sem a sua ajuda. Então a poesia junta-se ao vinho e o resultado será um filosófico poema como este.
ResponderExcluirA prova de que o vinho aquece as veias do poeta é justamente este teu excelente poema, que de gole em gole vai tirando a verdade da alma.
Gostei muito do teu poema, Laerte.
Um grande abraço.
Pedro
Olá Laerte
ResponderExcluirVocês aguardam o inverno!
Por cá... o Verão está começando a espreitar...
aos poucos
Linda poesia!
Não gosto do frio, nem do calor
para mim seria um paraíso ter Primavera e Outono
Depois de 2 semanas e meia de ausência, estou de volta à blogosfera!
Aproveito hoje e ando a espreitar os espaços dos amigos,
e as novidades que fui perdendo...
Boa semana, beijos da Tulipa
Há post novo, aqui:
http://tempolivremundo.blogspot.com/
Um poema que é uma ode ao vinho. Muito bom! E para quem gosta de beber é melhor ainda…
ResponderExcluirUma boa semana.
Um beijo.
Pela opinião do homem cá de casa (eu não bebo vinho) excelente escolha, o vinho do Dão.
ResponderExcluirBelo poema.
Abraço
Un poema para el ritual de la toma del vino espirituoso. Tradición que se hace poesía, como su vid bella ebriedad, para sentir que la vida es también amable y grata. Un abrazo. Carlos
ResponderExcluirDuas boas opções de vinho do Dão ou do Douro.
ResponderExcluirSempre maravilhoso o meu amigo recordar suas raízes.
Quanto às estações do ano, por aqui já não se sentem tão definidas. Cada vez mais temos um verão e um inverno, clima instável, mão do ser humano a se auto-destruir.
Abraço meu amigo.
😉
Olhar D'Ouro - bLoG
Olhar D'Ouro - fAcEbOOk
Olhar D'Ouro – yOutUbE * Visitem & subcrevam
Que beleza de poema Laerte! O vinho eu gosto de dois tipos o Tinto e o branco doce mas este último há muito não tomo porque ele sobe rapidinho com só um pouco. Grata poeta, uma delicia estar aqui, abraço
ResponderExcluirAmigo Laerte
ResponderExcluirVenho agradecer o comentário poético que me teceu.
Quanto ao seu poema, devo dizer que está um mimo! E saber que foi inspiração vinda de um vinho português, (quem sabe?!) cujo hábito em bebê-lo tem raízes no Porto, minha cidade de eleição, onde vivo a maior parte do ano e onde o clima, no outono e inverno, também convida a degustações similares.
Um abraço
Beatriz
Desde que bebido com moderação, o vinho é bom.
ResponderExcluirConhece os vinhos portugueses? Aconselho.
Um abraço.
"Redundando em poesia",
ResponderExcluirChegou-me o seu sonetilho
Que do meu não sendo filho,
Me trouxe muita alegria!
Grata pela cortesia,
Aqui "desgarro" e partilho
O pequenino rastilho
Da chama que nel` luzia.
Traz o seu silo bem cheio
E este meu mal chega a meio
Do que antevejo do seu,
Mas arrisco e, sem receio,
Esta fraca chama ateio
Ao pavio que hoje acendeu.
Maria João
A 'verità' numa ode ao vinho eloquente e brilhante.
ResponderExcluirGostei muito de ouvir a sua voz e agradeço muito
o vídeo, pois considero-o uma prova de muito afeto.
Dias de inverno aconchegantes e simpáticos.
Abraço cordial.
~~~
Um belo poema corrido, como se o vinho do Dão ou do Douro - experimente o maduro tinto Alentejano, também, e terá uma agradável surpresa - nos deliciássem o palato numa roda de amigos.
ResponderExcluirUm poema diferente e longo, saborosamente frutado com um palato redondo a saber a baunilha e a especiarias.
Um abraço, amigo, Laerte.
Uma boa semana.
Laerte, um belo poema trazendo um brinde ao Deus grego do vinho Dionísio, com seus festejos e folguedos de muita libido, pois, na mitologia romana, seu nome é Baco, que nos remete ao bacanal, que na mitologia, nada tem a ver com orgia, mas sim, na festa em honra a Baco, à imitação das festas dionisíacas gregas.
ResponderExcluirSaudações e Saúde!!!
Passei a lhe seguir.
Uma fantástica inspiração, que é uma verdadeira ode, ao néctar da verdade!...
ResponderExcluirE uma maravilhosa forma de homenagear as suas raízes, Laerte...
Não sendo uma grande apreciadora de tintos... confesso que o sou, em relação aos brancos... e aos Portos... sendo os Ruby, os meus preferidos...
Beijinho
Ana