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domingo, 4 de novembro de 2018

A ARTE LITERÁRIA

Símbolo da Academia Catarinense de Letras (boton)


    Na azáfama do corpo e não da alma, tive o “dia das almas”  “dia de finados” ou “dia dos fiéis defuntos”, para descansar o corpo e exercitar a alma na busca do belo, e eu o procurei na arte literária, fazendo jus à condição de novel acadêmico eleito e empossado na cadeira 16 da Academia Catarinense de Letras. Assim contribuiria com a literatura, dando de mim à arte referida, no desempenho da missão acadêmica, pressuposto do Sodalício. 
    No “Dia de Todos os Santos”, pensei em Cruz e Sousa, santo poeta! Poeta máximo do nosso Estado de Santa Catarina, um simbolista que se ombreou com Baudelaire, parisiense contemporâneo de nosso Cisne Negro, codinome de Cruz e Sousa, já que era um homem negro. 
    Novembro é o mês do aniversário de Cruz, e quero compor algo para homenageá-lo ou à memória desse imortal que se perenizou com a sua grandiosa obra. Porém, como meu corpo ainda não deu descanso à alma para tanto, por enquanto, ficarei apenas com a literatura – a arte do verbo que se faz em luz.



ARTE LITERÁRIA

Deus deu ao humano ser certo talento
Para a alma tornar o belo em arte.
Feita a expressão divina que reparte
Com a razão humana esse elemento

Formando uma corrente, cujo elo
Divino faz-se em humana criatura
Ou criatura em divindade pura,
Qual ente que dá à luz ao que é belo.

Chama-se verbo, esse invisível ente
Que faz de uma grafia, de repente,
Ser luz a transformar a face escura

De algo amorfo por sol resplandecente.
O verbo é recomposto finalmente
E forma a arte da literatura.


Academia Catarinense de Letras


16 comentários:

  1. Que linda homenagem, eu de volta de umas férias e aqui lendo essa preciosidade!
    Bem escolhido soneto, a alma fala, sempre há que se ouvi-la, amei!
    Abraços apertados!

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  2. Muy bello y luminoso!
    Gracias por tu visita.
    Saludos cordiales.

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  3. Chapelada para tão belo poema, Laerte!
    Aquele abraço, boa semana

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  4. Bello poema....un gusto leerte.....saludos a la distancia

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  5. "Chama-se verbo, esse invisível ente!
    Que faz de uma grafia, de repente,
    A luz, a alumiar a face escura" Belíssimo!
    Uma boa semana.
    Um beijo.

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  6. Um belíssimo poema Laerte.
    Adorei.
    Abraço e boa semana

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  7. Escrever é libertar a alma! Aplausos ao texto e ao poema!
    =)
    Bjinhos e noite quentinha
    Por aqui com, Beleza rompendo o céu

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  8. Bonita e inspiradora homenagem.
    Abraco

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  9. Beautiful poem! Have a lovely day :-)

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  10. Que beleza portentosa o seu soneto, Laerte.
    “Para fazer da pedra bruta, arte,”
    É mais que simplesmente polir a pedra bruta, mas sim transformá-la em arte.
    “Um ente, em arte para dar luz ao belo.”
    Jamais esquecerei...
    Um forte abraço e muito obrigado por nos entregar essa maravilha.

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  11. Laerte, que linda forma de você homenagear o "cantor poeta" Cruz e Sousa!
    O poema é magnífico! "É arte d'alma e luz - literatura!"
    Tudo dito!
    Beijo e fique bem, meu amigo.

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  12. Palavras absolutamente sublimes, Laerte, de uma inspiração profunda!
    Parabéns, por tão brilhante homenagem! Que sirvam todos os verbos do mundo, para promover entre os homens, o entendimento...
    Um grande abraço!
    Ana

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