Terminou o Carnaval
E do meu ser, o descanso.
Agora, faço um balanço
Desse grande festival,
Bem como do ritual
Do corpo meu e da alma,
Analisando com calma
Feito o dono da folia
Que não entrou na orgia
E só no fim bate palma.
Havia dentro de mim
Um palhaço que não ria
Pelo cansaço da orgia.
Existia um Arlequim
Que rompeu com a Colombina.
E tinha um poeta triste
Que até ao momento insiste
A sorrir às gargalhadas,
Aos passos e às palhaçadas,
Com o indicador em riste.
Aos sonhos, viro palhaço
Que é minha alma encantada
A não ligar a mais nada
Do corpo meu com um traço
Alegre, já a ensaiar um passo
De samba, desajeitado.
Mas cumpre da alma o fado
De ser festeira, e meu ser,
Num êxtase de prazer,
Gargalha como um tarado.
Dizem que o Ano Gregoriano do Brasil tem início somente depois do Carnaval. Vamos, pois, à luta, afinal moro numa ilha ligada àquele
país por três pontes... Nós cá, não iremos iniciar o ano agora, não! – Só na
segunda-feira, aliás: ninguém é de ferro! No entanto, sou obrigado
ao batente, pois meu filho reinicia as aulas amanhã e preciso ajudá-lo nos
deveres de casa...
Porém, a festa continua. Esta Ilha, dizem ser a décima ilha dos
Açores, dada a uma maciça colonização com gente de lá e ao espírito festeiro ou
festivo desse povo. Hoje, deu-se o encontro dos foliões com as beatas. Alguns ao
fim da orgia matinal, outros no início do período matutino e do “ano
litúrgico” à missa de cinzas.
Fazendo um balanço, o que acho mais engraçado são os cacófatos
de nomes que denominam certos blocos carnavalescos, a começar pelo “PASSANDO A
PONTE A PÉ”, “O BAIACU DE ALGUÉM”, “ESQUENTA, BACO!” E mais uma infinidade deles. Houve até interferência
eclesiástica a solicitar que certos nomes fossem abolidos. O bispo diocesano
pediu, os foliões atenderam. Sei que o “AMANHECE, BOM JESUS!” persistiu uns
tempos, mas “A POMBA DIVINA” foi
retirado antes de pensar em entrar na folia. Há outros nomes engraçados como o “NAVEGAY”, “O
MARISCO DA MARIA”, “O NÔ DI” (eu não dei),
“AS ÁGUAS VÃO ROLAR” (funcionários da Empresa de Saneamento) e "O BLOCO DO ALZHEIMER" (é com este que eu vou, no próximo...).
É!... E até o ano que vem!
Aqui dou vivas que o carnaval acabou.Não gosto dele! Viva Março e o retorno à normalidade dos dias! abraços,chica
ResponderExcluirTô com a Chica!! rss E como a moda agora é fundar blocoas com os mais diversos nomes, vamos fundar nosso bloco que se chamará Eu, fora!. Só terá um artigo: nunca comparecer! Estás convidado, Laerte!!
ResponderExcluirBelo poema!
Deixo um abraço e o carinho do já fundado Eu, fora.
corrigindo, ... a moda agora é fundar BLOCOS.
ExcluirTambém não curto o carnaval mas há quem goste
ResponderExcluirEntão cada um com seus amores. A quarta de cinzas e o mês de março beija a porta e entra, que seja bem vindo estraga paz e amor ❤️
Belo texto poeta.
Abraço 🤗
Desculpa quis de dizer que traga paz e amor ❤️
ResponderExcluirEstou como o Chico (poema transcrito) quanto a carnaval chegar só tenho desejo dele passar, por isso estou a aguardar outro ano, outro cantar.
ResponderExcluirA coisa está feia... à que inventar.
Gostei da sua visita e do comentário poético. Fiquei seguidor e aqui estou.
Também gosto do seu poema e das notas em roda-pé.
E o máximo foi terminar com humor:
""O BLOCO DO ALZHEIMER" (...é com este que eu vou)."
Um abraço.
"Quando o Carnaval Chegar
Chico Buarque
Quem me vê sempre parado,
Distante garante que eu não sei sambar...
Tô me guardando pra quando o carnaval chegar
Eu tô só vendo, sabendo,
Sentindo, escutando e não posso falar...
Tô me guardando pra quando o carnaval chegar
Eu vejo as pernas de louça
Da moça que passa e não posso pegar...
Tô me guardando pra quando o carnaval chegar
Há quanto tempo desejo seu beijo
Molhado de maracujá...
Tô me guardando pra quando o carnaval chegar
E quem me ofende, humilhando, pisando,
Pensando que eu vou aturar...
Tô me guardando pra quando o carnaval chegar
E quem me vê apanhando da vida,
Duvida que eu vá revidar...
Tô me guardando pra quando o carnaval chegar
Eu vejo a barra do dia surgindo,
Pedindo pra gente cantar...
Tô me guardando pra quando o carnaval chegar
Eu tenho tanta alegria, adiada,
Abafada, quem dera gritar...
Tô me guardando pra quando o carnaval chegar
Tô me guardando pra quando o carnaval chegar
Tô me guardando pra quando o carnaval chegar
Tô me guardando pra quando o carnaval chegar..."
Sempre vejo o Carnaval chegar e partir, gosto de alegria e não de desgraças, só falho se estiver doente!
ResponderExcluirAté para o ano com alegria.
Um belo Poema e
ResponderExcluirmuitas verdades.
Gosto do seu blog.
Estou tentando seguir aqui
mas não estou conseguindo.
Aguardo sua visita no meu
Blog Espelhando.
Bjins
Catiaho Alc.
Um balanço a pedir descanso mas a querer mais para o ano ! rsrs
ResponderExcluirE realmente engraçadíssimos e "marotos" os cacófatos de nomes dos Blocos Carnavaleiros ! rsrsrs
Abraço :)
Um bonito poema, e um bom apontamento sobre os grupos.
ResponderExcluirGiros os nomes.
Um abraço e um sereno e feliz mês de Março
Nunca gostei de carnaval, mas baile bom orquestrado não perdia um. Hoje tudo mudou e só nos resta os livros para ler e os filmes.
ResponderExcluirBeijos
Lua Singular
Diverti-me imenso, estimado amigo.
ResponderExcluirValha-nos o humor, porque o Carnaval já não tem aquela ingenuidade encantadora da nossa juventude...
Por aqui, fico indignada ao ver jovens despidas - imitando as cariocas - tiritando de frio e em condições de apanhar uma pneumonia! E espalhou-se a moda! Em todas as nossas cidades que comemoram o Carnaval aparecem sempre meninas destas ''esbraseadas''...
Amigos brasileiros contam-me que o Carnaval de blocos virou grande bagunça...
Encanta-me admirar a criatividade dos desfiles do Sambódromo, todo o trabalho artístico e organizacional e lamento muito oa exageros incrementados pelos magnatas do turismo, sem respeito pela dignidade feminina...
Por aqui, o dia de cinzas, foi um dia lindo e ameno, com sol de inverno...
Saudações poéticas...
~~~~~~~~~~~~~~
Respondi a suas
ResponderExcluirindagações lá no Espelhando,
abaixo de seu comentário.
Bom dia
Catiaho Alc.
O Carnaval passou e agora é retornar a rotina da vida. Para quem gosta é só esperar o próximo ano . Para quem não aprecia tem um ano inteiro sem nele precisar pensar.
ResponderExcluirUm abraço.
Élys
Que nomes mais giros :-) É Laerte o carnaval passou e para mim ficou a lembrança de dias bem passados em uma rede :-) Grande abraço.
ResponderExcluirEspero que tenha tido um excelente Carnaval.
ResponderExcluirGosto de ver o carnaval mas em casa na televisão.
ResponderExcluirAdorei o poema.
Um abraço
Maria
O ser palhaço é um alegrar-se com sorrisos. QUando criança eu queria ser uma palhacinha para fazerem as pessoas rirem, rs. Adoro palhaços!
ResponderExcluirBeijo
Oi amigo,
ResponderExcluirO seu poema é lindo e para quem gosta de carnaval fica a nostalgia e a espera do ano que vem.
Não sou muito de Carnaval, mas quando morava em Santo André, ia a todos os carnavais no Palace Hotel de São Bernardo. O lugar era pequeno e aconchegante, todos os parentes iam par por as fofocas em dia.
Em cima eram as mesinhas e embaixo o carnaval pegava fogo, Adorava assistir, mas brincar não. Mas quando na minha cidade vinha algum artista, estava o casalzinho lá dançando.Belos tempos de outrora.
Peguei uma doença que nem o capeta conhece: queima a sola dos meus pés, então fui tentar opera um pé e o dito não sara e meu melhor alimento são os remédios fortíssimos para dores e são caríssimos.
Escreva aí no seu livro: Idade vencida.kkkk
Beijos
Dorli
Não gosto muito do Carnaval... Principalmente porque estava frio e chuva... Mas a alegria deve viver sempre em nós...
ResponderExcluirObrigada pela visita
Beijos e abraços
Marta
um poema melodioso e muito agradável de ler.
ResponderExcluirum texto alegre e os nomes originais.
mas como é (era) Carnaval ninguém leva a mal.
também não gosto muito do Carnaval.
bom fim de semana.
beijinho
:)
Embora não goste de Carnaval, mas gostei do seu poema, expressa a verdadeira realidade da alegria momesca que se desfaz com as cinzas.
ResponderExcluirGrata pela visita,]]Saudações amigo!
Oxi pra mim estava falando Brasil! Não temos como negar nossas origens, rs. E obrigado pela visita e seu comentário inspirador, tava precisando saber daquilo, muito confortante. Abraços.
ResponderExcluirBom dia, Laerte
ResponderExcluirMuito obrigada pela sua visita e pelas palavras que lá me deixou.
Estive a tentar inserir o item para seguidores mas só me apareceu o Google+ que eu não aprecio. Vou aguardar, até ter aqui em casa alguém para me ver isso.
Do Carnaval gosto das vestes e da folia, embora prefira vê-la ao longe. Mas um baile de Carnaval com gente amiga aí eu alinho.
Voltarei.
Abraço
Olinda
Gracias Silo por hacerte seguidor de mi blog, yo también me he quedado por aquí. Un abrazo
ResponderExcluirBoa tarde, o texto informativo é perfeito, assim como, o poema é belo.
ResponderExcluirAG
Olá Laerte,
ResponderExcluirGostei dos versos.
Adorava o carnaval. Aproveitei demais quando morava no interior, onde predominava os bailes carnavalescos. Bons tempos! Porém, as coisas vão mudando com o tempo e, atualmente, prefiro assistir à folia pela TV, o que não quer dizer que eu não entraria com prazer numa roda de samba, se tivesse oportunidade-rsrs.
O carnaval é a festa da alegria. É tempo do povo liberar suas tensões e esquecer provisioriamente os problemas e preocupações do cotidiano. Vi uma reportagem que dizia que o povo sambava na cara da crise. E daí? Que mais se poderia fazer no carnaval? Passada a folia, aí, sim, cabe o despertar para a realidade e a luta pelos seus interesses e do país. Sou contra os excessos, claro! Muitos aproveitam o carnaval para soltar suas feras. É preciso aproveitar a festa com responsabilidade.
De fato, há muitos blocos carnavalescos com nomes extravagantes, divertidos e até sem noção-rsrs.
Que venha o próximo! rsrs.
Abraço. (Bom domingo!)
Prezado amigo Laerte, o carnaval terminou apenas em algumas cidades; parece-me que na Bahia a folia de Momo vai mais longe (lá, o carnaval começa duas semanas antes da data do calendário).
ResponderExcluirComo em Florianópolis o carnaval já terminou, teve a tua mais justa homenagem com "FIM DE CARNAVAL", um poema da melhor qualidade, digna do poeta Laerte Tavares.
Também gostei do texto que vem depois do teu poema, falando ainda do carnaval, e também dos nomes engraçados dos blocos de foliões. Parabéns.
Um grande abraço.
Pedro
Também não aprecio o Carnaval, mas gostei bastante do seu poema.
ResponderExcluirUma boa semana.
Beijos.
Este comentário foi removido pelo autor.
ResponderExcluirEstive no Sambódromo e nada fazia adivinhar que aquele espaço seria palco de alegria e criatividade. Aplaudo, de pé, seu Carnaval Poético e, também, o texto que o complementa.
ResponderExcluirBeijinho, Laerte.