Linguagem[+]

sábado, 10 de novembro de 2018

BALNEÁRIO PIÇARRAS, SC - BR RECEBE CERTIFICAÇÃO "BANDEIRA AZUL"

Balneário Piçarras - Imag. Internet

     Recebi do nobre amigo e irmão Jaime José Moura, alvissareira matéria que me fez feliz! Jaime é genro do saudoso Lélo Macedo, ex-prefeito de Balneário Piçarras – uma pérola incrustada do coração da Enseada do Itapocoróy, que abriga também minha pequenina pátria Armação do Itapocoróy. Na notícia sobre Piçarras, hoje administrado pelo preclaro prefeito Leonel Martins, amigo fraterno de longínqua data, consta que essa praia será uma das seis cidades, apenas, do País a ter a certificação "Bandeira Azul" à balneabilidade para a temporada de verão 2018/2019. 
    O reconhecimento veio de um programa internacional, que promove tais certificações ambientais para praias, marinas e embarcações. Esse feito eleva as expectativas do município para intensa atração turística no próximo veraneio. Além da Praia de Piçarras, apenas outros seis balneários e cinco marinas brasileiras receberam tais certificações conferidas pela referida entidade, entre várias unidades participantes do Programa  ”Bandeira Azul” por atenderem aos critérios estabelecidos pela organização internacional não-governamental sem fins lucrativos FEE Found ation for Environmental Education). É um certificado que muito honra e prestigia o lugar e circunvizinhança, bem como, honra os habitantes dessa região, e principalmente, os intrépidos homens do mar, pescadores artesanais que tanto zelam e fiscalizam nossa estimada costa e o mar sem fim... 
    Para marcar esse feito em homenagem à querida cidade por onde palmilhei meus primeiros passos, fiz um poema em décimas do Cancioneiro Ibero-português – uma das mais antigas formas poética-literárias e universais, quase atemporais, que tomaram corpo no séc. XII, em Portugal, com Dom Dinis – O Rei Trovador. Depois voltaram mais intensas no séc. XVI, com Luiz de Camões em seus poemas narrativos, vindo a se potencializar, atualmente, ao serem resgatadas como forma literária pela Faculdade de Letras da Universidade de Coimbra, que as catapultou à voga atual, para diversas partes do mundo de línguas portuguesa e espanhola. As décimas, os colonizadores portugueses trouxeram consigo ao litoral catarinense como à região de Penha, centro baleeiro, e se difundiram tanto em poemas de bendizer quanto em pasquins difamatórios. Meu tio-avô Inácio de Souza, pai de Cláudio Bersi de Souza, escritor atual com mais de trinta livros editados, compôs algumas delas as quais meu avô materno, irmão de Inácio, declamava-as. 
    Com elas eu as homenageio, homenageio a língua portuguesa, a Academia Catarinense de Letras, entidade pública de todos os catarinenses, que no último dia 08/11/2018, em Sessão de Saudades, declarou vaga a Cadeira 22 que era ocupada ainda pela memória do Acadêmico Antônio Carlos Konder Reis, cujo edital para preenchimento da vaga será publicado pelo Diário Oficial, possivelmente no início do ano vindouro, após formalidades jurídicas e registros em cartórios. 
    Na verdade, com essas décimas, estou a homenagear, em primeiro lugar e, principalmente, à querida cidade de Balneário Piçarras, que amamos, terra de Antônio Pires, antigo comerciante que tanto ajudou meu pai e quantas vezes fui de boleeiro em carrocinha de um cavalo só, buscar mercadorias em seu armazém para suprir nossa vendinha em Armação. O armazém do rico comerciante situava-se à beira do mar, para suprimento por via marítima, ao fim da primeira estrada de acesso à praia, que partia da rua principal, ao pé da primeira subida e depois de um enorme banhado piçarrento onde, à época, estava aterrando (aproximadamente 1949), que seguia desde o Rio Piçarras até à travessa referida.


TOGADA DE AZUL
Autor: Laerte Tavares 

Eu já cantei Armação!
Hoje cantarei Piçarras,
Pérola de unhas e garras
Incrustada ao lindo vão
Que vai de Penha ao costão
Da Ponta do Jacques; vem
A Barra Velha, além,
Outra belíssima praia
Onde um rio lindo se espraia
Na barra que o contém.

Mil oitocentos e vinte
Auguste de Saint Hilaire
Viu Piçarras, qual mulher
Cuja beleza e requinte
Era ao homem, forte acinte
Por visão provocativa
insinuante, e cativa
Ele, e também àquela
Tripulação ante à tela
A insinuar-se à comitiva.

Do mar, aproaram à costa
Para enxergar mais de perto 
Aquele porto deserto
Que aos argonautas se posta 
Como uma santa proposta
Ao desembarque na areia.
Mas sentido a maré-cheia,
Rumaram para Armação
Que recebe a embarcação
Não feita uma terra alheia.

Piçarras teve um seu filho,
Filho de historiador.
Um excelente escritor
Seguidor d'atávico trilho,
Que ao cantar luz e brilho
Dessa sua pátria amada
E d’ínsula dessa enseada
De nome Itacolomy,
Cantou lenda que por si,
Faz da ilha, índia encantada.

Da Silva - Luiz Ferreira:
Chimboca, o imortal, fez  
Lindas lendas, que talvez
Seja a história verdadeira 
À alma sua, praieira, 
Também filha da enseada
Onde essa Ilha Encantada
O representa num sonho
Tão sonhado; e eu proponho
Que o sonhem. Não custa nada!

Cantem Piçarras - seu mar!
Cantem como certo hino
A um paraíso divino,
Berço de luz a banhar
A linda praia, sem par
No Brasil e no exterior.
Cantem este canto de amor!
Cantem cada canto e encanto!
Cantem como canta um santo
À graça de uma linda flor!

 Flor do Mar – a Flor de Luz,
Flor suprema entre flores,
Cujos seus veneradores
Regam-lhe para fazer jus
Ao seu brilho, que os seduz.
Mas eles não têm ciúmes
Das cores e dos perfumes
Que a flor cede aos visitantes,
Por ser generosa, antes

domingo, 4 de novembro de 2018

A ARTE LITERÁRIA

Símbolo da Academia Catarinense de Letras (boton)


    Na azáfama do corpo e não da alma, tive o “dia das almas”  “dia de finados” ou “dia dos fiéis defuntos”, para descansar o corpo e exercitar a alma na busca do belo, e eu o procurei na arte literária, fazendo jus à condição de novel acadêmico eleito e empossado na cadeira 16 da Academia Catarinense de Letras. Assim contribuiria com a literatura, dando de mim à arte referida, no desempenho da missão acadêmica, pressuposto do Sodalício. 
    No “Dia de Todos os Santos”, pensei em Cruz e Sousa, santo poeta! Poeta máximo do nosso Estado de Santa Catarina, um simbolista que se ombreou com Baudelaire, parisiense contemporâneo de nosso Cisne Negro, codinome de Cruz e Sousa, já que era um homem negro. 
    Novembro é o mês do aniversário de Cruz, e quero compor algo para homenageá-lo ou à memória desse imortal que se perenizou com a sua grandiosa obra. Porém, como meu corpo ainda não deu descanso à alma para tanto, por enquanto, ficarei apenas com a literatura – a arte do verbo que se faz em luz.



ARTE LITERÁRIA

Deus deu ao humano ser certo talento
Para a alma tornar o belo em arte.
Feita a expressão divina que reparte
Com a razão humana esse elemento

Formando uma corrente, cujo elo
Divino faz-se em humana criatura
Ou criatura em divindade pura,
Qual ente que dá à luz ao que é belo.

Chama-se verbo, esse invisível ente
Que faz de uma grafia, de repente,
Ser luz a transformar a face escura

De algo amorfo por sol resplandecente.
O verbo é recomposto finalmente
E forma a arte da literatura.


Academia Catarinense de Letras


sexta-feira, 12 de outubro de 2018

CONVITES

    Amigo(a)s, no momento (que deve passar logo), estou com pouca disponibilidade de tempo. Apresentando escusas, e posto duas matérias prontas, formalizando convites à posse na Academia Catarinense de Letras e a uma visita à revista eletrônica FENIX, na qual de vez em quando faço minha participação. Expresso minha gratidão! Peço compreensão de todos! Abraços. Laerte.






FLORIANÓPOLIS
Fotografia recente de Laerte S. Tavares

sábado, 15 de setembro de 2018

PAZ



     

    Em vinte e um de setembro comemora-se o Dia Internacional da Paz. Diante de tantas atrocidades, desmandos e mandos desastrosos, sempre se tem algo para comemorar. Sabe-se que além da tolerância necessária para encarar certos fatos, é preciso se ter a alma livre do ódio e da sede de vingança, mesmo com nossas retinas ainda marcadas pelas senas infames de “esfaqueamento” a um agente passivo, apenas por rancor ideológico. Imaginando que tudo tem início em nossa casa, dentro de nossa própria aldeia, importante seria dar exemplos de amor, fé e caridade ao nosso próximo, cada vez mais distante.         Bom se pelo menos, em nossos espíritos, pudesse haver um pouco de alegria da festival Primavera, estação da luz, das flores, das aves, dos perfumes, das cores e das borboletas multicoloridas a sobrevoar nosso astral, ecoando em contentamento e calor nos corações pela atmosfera sobre um manto diáfano de alegria e paz...
     Quero fazer uma digressão para entrar em outro campo, no domínio onírico da  fantasia romântica ou enlevação poética, buscando a irrealidade como um estado anímico e mental mágico ou plano astral de maravilhas e sonhos, como se fosse uma homenagem a um mestre. Imaginemos estar em transe hipnótico e nos transportar a uma catarse. Disse um espiritualista: “Um povo que vive sob um céu que tem o símbolo de uma cruz feita de astros, jamais perderá a sua fé”. E o nosso povo não perdeu a fé que redunda em esperança e, por conseguinte, busca a consecução dos seus objetivos. O Brasil, aos poucos, vem superando o trauma. Eis que o gigante acordou por um número que para os místicos, é mágico: o número 196. Cento e noventa e seis anos de Independência, cuja soma dos algarismos 1+9+6=16 que tem como resultado da adição do número 1 + 6 = 7, e sendo sete o número supremo, representa um deus ou o próprio Altíssimo. Por esse suposto deus, fez-se o milagre: o gigante sonolento acordou por uma estocada, na semana da Pátria, à procura do seu verdadeiro rumo. A numerologia afirma que será encontrada a rota segura a partir de 2019, visto que no número 2019 o (zero) ser a ausência de valor (mesmo que para muitos seja o número supremo), e a soma dos algarismos dele, 2 +19 = 21, que são 3 x 7 com os três setes representando três deuses. Porém, que deuses seriam esses a formar a tríade? Se verdade esta divagação poética, gostaria que os nomes dos Deuses fossem os da Trindade Santa: o nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo. E que assim seja para a glória de um povo. 

À PAZ

Hoje, o melhor que se faz
É programar o futuro
Ao relacionamento puro
De amor, esperança e paz,
Deixado o que houve atrás
Como um cadáver sepulto.
Façamos então, um culto
À paz e à tolerância
Feito exemplo da infância
De respeitar o adulto.

Nós todos somos iguais.
“Eles ou nós!” - não existe.
Baixemos o dedo em riste
E ergamos ele em sinais
Que somos todos mortais,
Cuja efemeridade
Nos dispensa a vaidade
De ator melhor que o vizinho.
Sigamos, pois, o caminho
Da paz e da caridade.

Somente a paz edifica!
A intolerância tirana
Não condiz com a vida humana
Que de amor deve ser rica.
Só o amor dignifica
E a paz enobrece a lida.
Uma lágrima vertida
Que represente o perdão
É paz, amor e união;
E é Deus que abençoa a vida!