Hoje, último dia de setembro, mês que abre a primavera, a paixão por flores buzinou-me para que eu homenageasse uma delas específica
como símbolo da estação. Veio-me a rosa-da-manhã alba e sem mácula, orvalhada
e exposta aos primeiros raios da aurora. Pensei na rosa-rubra oferecida a bem-amada na plenitude de minha adolescência, ao sentir eternizar-se o momento em que ela a tomou à mão, olhou-me com seus olhos negros, alongados e ternos, e baixou-os à flor à medida que a levava ao olfato a aspirar o aroma doce. Enquanto meu coração
disparava em ânsias por sua reação culminada em leve beijo sobre minha face,
possivelmente encarnada como a rosa-rubra, e a latejar perifericamente.
Pensei
na orquídea, mais precisamente na laelia purpurata, símbolo do Estado de Santa
Catarina, e do meu arrebatamento. Imaginei a dália e até mesmo a jurubeba,
flor narcótica utilizada pelos habitantes indígenas que nos precederam na ocupação da ilha que habitamos.
Finalmente, com um toque longo e um breve, a buzina da paixão sinalizou-me
à flor augusta da vida, para a qual elaborei um pequeno soneto em sua homenagem.
Caladium (popularmente: tajá, tajurá ou tinhorão)
AUGUSTA FLOR
Autor: Laerte Tavares
Lascivo caladium em florescência
Voluptuosa, corola labiada
Do gineceu – tu és paixão, amada!
Sonho de luz – tu és concupiscência!
Feito desejo tosco, em sua essência,
O falo ou androceu sem ver mais nada,
Só mira com a paixão exacerbada,
O gozo do prazer. Mas a existência
De um novo ser virá quando, então, for
Consumada a união sem mais pudor.
Oh, cárnea flor que excita e seduz,
Tu simbolizas vida, luz, amor,
Qual ser divino que é reprodutor
Augusto e eterno, por em dor, dar luz.
Olá, Laerte.
ResponderExcluirVim ao seu blog por três motivos: Agradecer sua visita ao blog Ruas e Papéis, agradecer imensamente o lindo poema em prosa que você deixou nos comentários e conhecer o Silo Lírico. Gostei dos seus escritos e comecei a seguir seu blog. Sempre que possível, passarei por aqui para ler as novidades.
Até breve!
Metáforas instigantes que revelam o amor e a dor de amar... Belo seu ato à primavera!
ResponderExcluirAbraço.
Bom dia, chegou o Outubro acompanhado pelo Outono do amor, sentir o aroma doce das flores e criar belos poemas, foi o caso.
ResponderExcluirBom domingo e semana,
AG
Apreciei sobremodo a tua sensibilidade ao mais lindo
ResponderExcluire perfeito
do reino vegetal...
O soneto está perfeito, tocante e belíssimo.
Existe a flor augusta? Penso que te referes às que nós
chamamos estrelícias ou aves o paraíso... Exuberantes e
sempre exóticas...
Um excelente 'post' de boas vindas à Primavera...
Que te traga muitas felicidades...
Abraço primaveril... Não faltes à minha festinha!
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Olá Laerte!
ResponderExcluirAí celebram a primavera, aqui estamos no início do outono. Que também tem a sua beleza.
Gostei da prosa. Gostei do poema. Difícil... mas belo!
Bom domingo.
Abraço.
lindo poema Laerte, louvor ao amor e à vida que dai nasce :)
ResponderExcluira vossa primavera é o nosso outono, mas continuamos com tempo de verão
abraço
Angela
Lindíssimo!!!!
ResponderExcluirLaerte, surpreendeu-me com um belo poema sobre um dos meus dedais. Fiquei encantada! Acabei de o postar para os leitores se deliciarem com ele.
Muito obrigada!
Bom domingo.
A rosa rubra do amor a inspirar, a rosa da vida que nos abraça. Poesia da flor do amor e da vida.
ResponderExcluirObrigado, Laerte, por mais um belo soneto.
Um abraço e um bom fim de semana.
Muy bonito poema. Gracias y besitos.
ResponderExcluirLindo poema que nos presenteia com tão belo exemplar!bj
ResponderExcluirQue é feito de você, menino Silo? Há quanto tempo a gente não se visita! Deu por isso ou não?
ResponderExcluirOlha no que deu a entrada da Primavera! Que embaraço da escolha! Que flor escolher? Todo romântico, cheiroso, amoroso, dedicou um soneto mto sensual e algo erótico, à amada, creio, e que finda com o ato de dar à luz. Ah, esse androceu (rs)!
Um grande abraço, boa semana e um excelente mês de outubro, novembro, dezembro e todos os que virão, logicamente.
As flores são tão inspiradoras. E este soneto é de uma incrível beleza.
ResponderExcluirUma boa semana.
beijos.
Bonito poema, em qualquer estação.
ResponderExcluirUm poema lindo como são as flores.
ResponderExcluirFeliz primavera, querido.
Beijinho.
Oi Laerte! Passando para agradecer e dizer que fiquei muito feliz com a tua visita e teu amável comentário com tão bela mensagem de felicitações e carinho quando da passagem do meu aniversário e dos meus dois filhos. Muito obrigado de coração.
ResponderExcluirQuanto ao post, eis que mais uma vez, nos presenteias com mais uma das tuas belas criações. Adorei o soneto.
Abraços,
Furtado
Mmmmm, que beleza!
ResponderExcluirQuero uma destas pra mim.
A flor, porque a poesia já tenho.
Roubei.
Abraço
Lola
Boa noite Laerte
ResponderExcluirA natureza merece odes e agradecimentos, por ser a mais bela obra que Deus nos deu...e sabes cantar à ela com maestria e doçura. Que ela continue te inspirando esses preciosos versos, em todas as estações, e que sua ilha paradisíaca exale na primavera os mais doces perfumes para embalar seu amor.
Um grande abraço, agradecendo a sua presença com versos que sempre tocam nosso coração.
Dos amigos da Esquina
Bíndi e Ghost
Em Macau vivemos a estação mais agradável (temperatura e humidade) do ano - o Outono.
ResponderExcluirAquele abraço
Belíssimo poeta! Como sempre!
ResponderExcluirLaerte, muito obrigada pela sua mensagem. Já corrigi no blogue o poema. Grata pelo seu cuidado. O 2º poema que deixou é outra maravilha e hei de o colocar no próximo posto.
ResponderExcluirAbraço grande.
Um belíssimo texto em prosa, que nos prepara para a leitura de um soberbo soneto.
ResponderExcluirGostei imenso, parabéns por tanto talento literário.
Continuação de boa semana, caro Laerte.
Abraço.
Antes de mais, obrigada pela visita no meu cantinho. Sim a querida Leninha foi uma amiga comum, porque vi alguns comentários seus, no blog dela. Uma perda grande e muito sentida.
ResponderExcluirAgora este poema; belo e muito bem construído, com uma harmonia simples mas intensa. Gostei muito Laerte. Voltarei com alegria.
Abraço e bom fim de semana
Belo soneto, amigo. Abraços!
ResponderExcluirGostei muito da memória da rosa, ligada à sua adolescência. O soneto está muito bonito!
ResponderExcluirBom fim-de-semana!
Caro Laerte,
ResponderExcluirNo seu comentário no meu blogue referia-se à frase "No primeiro filme, passado em 2019 (...)"? Se assim for, 2019 é mesmo o ano correto, porque é o ano da história do primeiro filme. No entanto, não entendi se era a isto que se referia...
"Para que serve o tempo em sua inexorabilidade
ResponderExcluirMais fria que a lâmina do punhal assassino erguido" Verdade! Para que serve grande poeta Laerte! Vim agradecer sua visita e dizer-lhe que serás sempre bem vindo. Obrigada! Parabéns, lindos poemas escritos com muito discernimento poético.Abraços
20 de outubro dia do Poeta.
ResponderExcluirQuerido Poeta, que jesus te iluminando e que você continue nos encantando com suas lindas poesias.
Já dizia os poetas:
“Ser poeta é fazer de cada despedida uma saudade
É ter nas mãos os sonhos, vivê-los de verdade
Chorar, sorrir, sem medo de viver...”
“Poeta para ter o dom...
Das palavras...
Palavras de ternura... de carinho...
E poder encher...
nossos coração com amor
Escrevendo seus lindos versos e poesias”.
Parabéns!
Celebrando a vida na beleza de Augusta Flor. Um poema com um toque divino.
ResponderExcluirBeijinho, Laerte.