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MANUEL MARIA BARBOSA DU BOCAGE, poeta português nascido em 15 de setembro de 1765.
Considerado um dos mais importantes do século XVIII, talvez o maior representante do arcadismo lusitano, que apesar da fama de grande satírico e improvisador, possuía uma
obra que o consagrou como um dos melhores sonetistas líricos de toda a
literatura portuguesa.
Na infância, Bocage já apresentava pendor para a poesia.
Nas suas palavras: “Versos balbuciei com a voz da infância”.
Nas suas palavras: “Versos balbuciei com a voz da infância”.
Bocage
soube versejar de diferentes maneiras, mas, segundo literatos do mesmo estilo,
o soneto foi o que o identificou como “o melhor de todos em Portugal, incluindo
Camões”. Em 1790, pela fama de improvisador, Bocage foi convidado a aderir a Academia das Belas Letras ou Nova
Arcádia, em que assumiu o pseudônimo de Elmano Sadino. Ao passar do
tempo, acabou
por se saturar daquela atmosfera de mediocridade e passou a
escrever ferozes sátiras contra os confrades da "triste, malfadada
Academia" que Elmano tanto satirizou. Chegando a ser expulso.
BOCAGE
Boca de língua ferina,
Pena de gume tirano,
Verve que só teve Elmano
Foram a Bocage, a sina.
Sua verve foi divina
O seu criar soberano,
Quer no sagrado ou profano,
Sua arte uma doutrina.
Um viva ao grande satirizador!
O rei dos vates de maior valor,
Gozando a vida quase o tempo inteiro.
Como poeta de pouco pudor,
Afirmou um dia ser um ganhador
Que
amou (...), comeu, bebeu sem ter dinheiro.
Via e-mail recebi este comentário co meu dileto amigo José Afonso Guerreiro, que achei maravilhoso. (E adorei o verbo ensilar = armazenar no silo.): Meu Bom Amigo : - Hoje, ao folhear o S/ Silo Lírico, encontrei, entre outros "ensilados" de fina verve, S/ homenagem ao poeta Bocage na qual o confirma como um dos melhores sonetistas de toda a literatura portuguesa, incluindo Camões,com o que estou de perfeito acordo. - A propósito vou transcrever, de memória, um soneto dele, que talvez não conheça, e no qual ele se mostra arrependido de s/ língua impiedosa no que tange à`s/ formação profana :
ResponderExcluirJá Bocage não sou,
À cova escura meu estro vai parar desfeito em vento,
Eu, aos céus ultrajei,
O meu tormento leve me torne sempre a terra dura.
Conheço agora, quã vã figura,
Em prosa e verso fez meu louco intento,
Musa, tivera algum merecimento
Se um raio de razão seguisse pura.
Outro Aretino fui,
A Santidade manchei,
Se me creste,
Ó gente impia
Rasga os meus versos,
Crê na Eternidade.
Um forte abraço do velho Afonso.